Aline Ferreira vai disputar a medalha de ouro na luta olímpica, categoria até 72 kg
O Brasil conquistou, neste sábado, sua primeira medalha de luta no Pan de Guadalajara. Mas nada de Antoine Jaoude ou Marcelo Zulo, o ex-BBB. A honra coube a Aline Ferreira, vice-campeã mundial júnior em 2006. A outra brasileira também vai lutar por medalha, pelo bronze, após lambança dos juízes.
Ela venceu dois combates, contra a panamenha Ashley Zarate e contra a dominicana Elsa Zanchez, e encara, na final da categoria 72 kg, a cubana Lisset Hechevarria.
O dia, porém, não ficou marcado pelas duas vitórias de Aline, mas pelas duas derrotas de Joice Silva. Na categoria até 55 kg, a brasileira teve de lutar duas vezes contra a norte-americana Helen Maroulis. E perdeu as duas – mas foi à decisão da medalha de bronze graças à vitória da algoz sobre a venezuelana Marcia Andrades.
Na primeira, juízes e cronometristas fizeram uma verdadeira lambança. Primeiro, com problemas no relógio, o combate chegou ao final, mas o placar ainda mostrava 1min30s – o tempo de cada assalto são dois minutos. Como o placar estava empatado, Joice esperou o reinicio da luta na posição de clinch, em que as atletas seguram uma o pé da outra, para o desempate. A norte-americana, porém, aproveitou desatenção de Joice e pontuou.
Segundo Roberto Leitão, chefe de equipe do time brasileiro de luta, os juízes usaram as regras da luta greco-romana e não colocaram as lutadoras na posição de desempate. “A americana percebeu o erro mais rápido do que a Joice. Ela estava de bobeira, esperando os juízes”.
Os brasileiros fizeram o protesto, mas a arbitragem seguiu o combate. Maroulis venceu o round seguinte e garantiu a primeira versão da luta. Leitão e o presidente da Confederação Brasileira, Pedro Gama Filho, foram então à mesa dos juízes. Após muita conversa, e a concordância dos EUA, a organização decidiu fazer um replay do desempate do primeiro round.
A brasileira venceu o desempate. Com isso, a luta ficou empatada em 1 a 1 e foi para o terceiro assalto. Nele, a norte-americana venceu. “Sabíamos que, após o fim da luta, ela não volta. Reclamamos antes do final, mas a luta só voltou porque os americanos concordaram. A gente já tinha um caso semelhante com eles em 2006, no Campeonato Pan-Americano do Rio. O Antoine (Jaoude) venceu por WO, eles alegaram que o problema foi da organização e concordamos em lutar novamente. O Antoine perdeu o ouro da competição por causa daquela derrota”, lembra Leitão.
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