Leonardo de Deus com a touca considerada irregular e com o seu ouro
17/10/2011 - 22h45
Após desclassificação, brasileiro recupera ouro nos 200 m borboleta; Kaio é bronze
Alexandre Sinato Em Guadalajara (México)
Depois de muita confusão, o Brasil finalmente pôde comemorar o ouro nos 200 m borboleta, nesta segunda-feira, terceiro dia do Pan de Guadalajara. Leonardo de Deus bateu na frente, chegou a ser desclassificado, mas conseguiu recuperar seu resultado, ficando definitivamente com o título da prova. Kaio Márcio, campeão em 2007, ficou com o bronze.
Leonardo, um estreante em Pans, dominou toda a prova e bateu com vantagem na liderança, com o tempo de 1min57s92, à frente de Daniel Madwed (1min58s52), dos Estados Unidos, e Kaio (1min58s78).
O grande problema aconteceu quando o placar do centro aquático de Guadalajara informou que Madwed estava na primeira colocação, com o brasileiro desclassificado. O motivo para a polêmica e a punição foi um patrocínio considerado irregular na touca de Leonardo, que mostrava uma logomarca da empresa Yakult.
A delegação brasileira conseguiu argumentar com a organização para reverter a punição e confirmar o resultado inicial.
"Chorei muito", admitiu Leonardo, após a confusão. "É difícil você ganhar uma prova e tirarem ela de você na frente de milhares de pessoas. Eu liderei toda a prova, bati na frente e todo mundo viu. A justiça foi feita."
"É muito difícil você ser desclassificado de uma prova por causa da organização, ou melhor pela falta de organização. Eles deveriam ter checado a minha touca antes da prova, e não fizeram", criticou o nadador, de ápenas 20 anos.
"Se teve erro, foi da sala de controle", afirmou Alberto Silva, técnico da equipe brasileira . "O chefe da delegação do Brasil, Ricardo de Moura, atua na sala de controle dos Campeonatos Mundiais e Olimpíadas. Se deixaram ele passar com uma touca com patrocinio, foi um erro. Depois que ele ganha vão tirar a medalha? Não sabia nem o que fazer."
Nas provas de natação, a organização fica responsável para checar se os uniformes dos atletas estão de acordo com o regulamento. O Comitê Olímpico Brasileiro distribuiu 100 tocas para os nadadores, sendo 50 delas azuis e 50 amarelas, mas não teria orientado atletas e técnicos, já acostumados às regras da modalidade.
Apesar de não estar entre as favoritas, Joanna Maranhão conseguiu uma quarta colocação e ficou próxima do pódio nos 400 m livre. Gillian Ryan, dos EUA, venceu a prova, com o tempo de 4min11s58
A brasileira já vinha de uma prata nos 400 m medley e se classificou para a prova deste sábado com o quarto tempo em sua bateria, lutando pelo pódio, mas sem grandes esperanças de concretizar o resultado.