Gustavo Tsuboi garantiu a classificação para a final no último jogo contra Cuba
16/10/2011 - 23h49
Brasil vence duelo "na marra" e Hugo Hoyama mantém chance de dois ouros no tênis de mesa
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
A semifinal do tênis de mesa masculino de Guadalajara-2011 foi decidida “na marra”. Em um verdadeiro duelo de gritos, os brasileiros superaram os marrentos cubanos no jogo dos caribenhos: provocando os rivais a cada ponto. Com isso, mantiveram vivo o sonho de Hugo Hoyama de chegar a 11 medalhas de ouro em Pans – o veteranos já tem nove e pode ser campeão por equipes e no individual.
Mas não foi o veterano dos Jogos o responsável pela vitória. No primeiro jogo do confronto, Hoyama entrou apático, caiu na provocação, errou em momentos decisivos dos sets e perdeu por 3 sets a 1 (11-8, 11-8, 10-12 e 11-7). Coube a Gustavo Tsuboi, o mais jovem da equipe, igualar a marra dos cubanos e decidir o duelo.
O mais jovem jogador do time brasileiro passou a gritar a cada ponto e, com isso, intimidar os rivais. Contra Jorge Campos, ele começou a provocar no começo do primeiro set e não parou mais. O resultado foi 3 a 0 (14-12, 14-12 e 11-6) para o brasileiro. No quinto e decisivo jogo, ele entrou com a pressão de decidir o duelo e não decepcionou: 3 a 1 (4-11, 11-3, 11-6 e 11-7) sobre Andy Pereira.
"Sempre complicado Brasil e Cuba. Eles têm muita raça, muita garra. Vão buscar todas as bolas, brigam por todos os pontos, nunca desistem. Então, sempre é um jogo bastante disputado. Hoje prevaleceu a técnica. A gente conseguiu manter a calma. Manter a calma entre aspas, né. Eu estou saindo do jogo sem voz de tanto gritar", admitiu o brasileiro.
A dupla, com Hoyama e Thiago Monteiro, dominou os dois primeiros sets. Mas, quando Hoyama reclamou que os cubanos tinham comemorado um ponto que, na verdade, tinha raspado na rede após um saque, a sorte virou. O lance voltou, os cubanos fizeram o ponto e Pavel Oxamendi levantou os braços e gritou olhando para o veterano. Depois disso, o jogo complicou e os cubanos venceram, por 3 a 2 (12-14, 4-11, 11-8, 11-7, 11-7).
Com 2 a 1 no placar, Thiago Monteiro entrou pressionado para enfrentar Pereira. Nem mesmo o mais calado dos brasileiros conseguiu se conter. Depois que o cubano Andy Pereira bateu com a raquete na mesa e soltou um palavrão contra o juiz, os cubanos catimbaram o jogo, pedindo a presença de um árbritro principal no duelo.
A partir desse momento, o calado começou a gritar. "Geralmente eu sou tranquilo. Mas em momentos de tensão você precisa extravasar mesmo. Eu tenho um pouco de problema com isso, gosto de ter energia para pensar. Não é da minha personalidade ficar berrando. Mas às vezes você tem que soltar um grito para ficar calmo". Deu certo e Thiago venceu por 3 a 2 (7-11, 11-4, 11-6, 5-11 e 11-8).
Com isso, Hugo Hoyama poderá aumentar ainda mais sua galeria de ouros. Dono de nove, ele pode chegar a 11 se ganhar por equipes, na segunda-feira, às 15h (de Brasília), e conseguir quebrar o favoritismo dos chineses naturalizados - um deles, o "argentino" Liu Song, é o atual bicampeão dos Jogos.