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Longe dos plantões de emergência, atleta do squash trata até parceiras de seleção
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13/10/2011 - 18h50

Longe dos plantões de emergência, atleta do squash trata até parceiras de seleção

Gustavo Franceschini
Em Guadalajara (México)

Mariana Pontalti é médica e atende as parceiras de seleção nos momentos mais críticos em quadra

Mariana Pontalti está em sua segunda edição dos Jogos Pan-Americanos, mas o squash está longe de ser seu único trabalho. Médica em tempo quase integral no Rio Grande do Sul, a atleta conta como se divide entre o esporte e os plantões de emergência do hospital e como ajuda a tratar até suas parceiras de seleção.

A paixão pelo esporte pouco popular veio cedo. Mariana pratica squash por influência dos familiares desde os sete anos. Aos 15, decidiu passar uma temporada na Nova Zelândia para estudar e treinar mais forte. Com o passar do tempo, no entanto, começou a dedicar-se mais à medicina.

Hoje, aos 29 anos, ela é uma espécie de “faz-tudo” na emergência de um hospital público em Montenegro (RS). Clínica geral, ela conta que atende desde traumas até partos. “Uma vez eu estava descansando no plantão e me ligaram dizendo que uma mulher estava tendo o bebê em frente ao hospital. Aí eu perguntei: e o que que eu faço?”, conta a atleta gaúcha, que pretende estudar para a residência em neurologia após o Pan de Guadalajara.

Na seleção, a profissão já lhe rendeu diversos momentos curiosos. Na seletiva para a competição no México, Marina Costa, hoje companheira de Mariana na seleção, cortou ao boca ao levar uma raquetada.

“Ela estava sangrando muito e todos estavam desesperados procurando um médico. Eu cheguei e fui ajudar, e quase não me deixaram, porque não sabiam que eu era médica. Aí fui acalmá-la, pedi uma toalha e gelo e deu tudo certo”, diz Mariana, que também foi ajudar anônimos a serviço da seleção.

“Eu estava em Lima, no Peru, voltando de uma competição. Aí no aeroporto começaram a pedir ajuda de um médico. Foi engraçado porque eu estava sem o papel da imigração, e a confusão me ajudou a entrar no avião normalmente”, conta a atleta, que diz que o caso em questão era de um senhor que voltava de Macchu Picchu sentindo-se mal e desidratado depois de dias de problemas estomacais.

Em Guadalajara, Mariana entrará em quadra já no próximo sábado, quando começam as competições de squash. A equipe brasileira está na cidade treinando sem folga desde o último sábado. Nesta quinta, a trupe vai ter seu primeiro tempo livre para comemorar o aniversário de Vinicius Costa, que faz 28 anos.

Preparação dos atletas para o Pan-2011