Triatleta no Pan de 2011, Flavia Fernandes fazia parte da seleção de polo aquático em 2007
Flávia Fernandes foi medalhista de bronze no polo aquático no Pan-Americano de 2003. Goiana, se dedicou à modalidade por 15 anos. Vivia de seus gols. Há dois anos, porém, trocou o ganha pão pelo hobby: virou triatleta e, em Guadalajara, tentara uma medalha na segunda modalidade diferente.
"Foi uma mudança natural. Joguei pólo por 15 anos, mas sempre gostei de correr e nunca tive carro. Ia para todo lugar de bicicleta. Já era amiga do pessoal do triatlo, eles me convidaram para fazer uma provinha, comecei a ir bem e o hobby virou paixão”, conta a hoje triatleta.
Sua despedida da antiga modalidade foi no Mundial de Roma, em 2009, em que a seleção brasileira terminou em 13º lugar. Antes disso, ela disputou cinco Mundiais, três pré-olímpicos e dois Pan-Americanos. Em 2006, ainda recebeu o prêmio Brasil Olímpico da modalidade.
“Nessa época [do Mundial de 2009], eu já treinava com o pessoal do triatlo. Quando chegou a hora de decidir se iria mudar [de esporte], recebi apoio dos dois lados, do pólo e do triatlo. Mas é claro que deu medo. O pólo fez parte da maior parte da minha vida, era minha profissão, o meu sustento”, lembra. Poucos meses depois, ela venceu a última etapa do Troféu Brasil, o mais tradicional circuito de triatlo do país. Foi a senha para a mudança definitiva.
Não fosse pela medalha pan-americana (e o sucesso no pólo aquatico), a história de Flávia seria comum no triatlo, junção de natação, corrida e ciclismo. A equipe que vai ao Pan de 2011, por exemplo, é formada por cinco ex-nadadores. O único que não era atleta antes de entrar no triatlo era Diogo Sclebin.
“Entrei no triatlo em 2000. Eu já tinha feito escolinha de natação no Fluminense e feito viagens de bicicleta. Como meu irmão fazia corridas de rua, resolvi unir os dois e logo entrei em uma equipe”, conta o carioca de 29 anos.
Os outros membros são todos ex-nadadores. “Eu fui nadadora por 13 anos antes do triatlo”, conta Carla Moreno, a mais experiente do grupo. “O momento mais difícil da minha carreira foi a troca da natação pelo triatlo. Convenci meu patrocinador a continuar apoiando, mas tinha toda aquela pressão de mostrar resultados para provar que a mudança tinha sido positiva”, lembra Pâmella Oliveira, que completa a equipe feminina.
* Reportagem de Júlio Delmanto
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