O taekwondo rendeu ao Brasil a primeira medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. No segundo dia de competição, Diogo Silva bateu o peruano Peter Lopez na final da categoria até 68 kg e ficou com o título. No pódio, além da medalha dourada e do hino nacional, uma cobrança: mais apoio ao esporte.
Falavigna chora depois de perder o ouro: atleta quer mais incentivos para 2011 |
"Recebo só R$ 600 da Confederação (Brasileira de Taekwondo, oriundos da Lei Piva). Mas esse dinheiro atrasa e só recebemos a cada três meses. Nesse ano, fiz de tudo por essa medalha de ouro. Desembolsei do meu próprio bolso R$ 5 mil para competir e treinar na Europa. Acreditava que precisava fazer o possível e o impossível por essa medalha de ouro", desabafou o paulista de Campinas.
O protesto de Diogo não foi o único. Antes mesmo do Pan os atletas reclamavam da falta de verba para treinar no exterior. Quem não pôde pagar do próprio bolso, como fez o campeão pan-americano, teve que treinar no Brasil.
Nem mesmo Natalia Falavigna, campeã mundial em 2005, escapou da penúria. Sem uma preparação adequada, ela perdeu a final da categoria acima de 67 kg para a mexicana Rosario Espinoza.
"Precisamos de mais incentivos para que no próximo Pan o nosso choro seja de alegria", disse a atleta, que teve uma das derrotas mais conturbadas do país no Pan. Falavigna perdeu o ouro no golden score, em uma marcação da arbitragem que foi bastante contestada.
Falavigna não foi a única a reclamar das decisões dos árbitros. Valdirene Ferreira, primeira atleta da delegação brasileira a ser eliminada do Pan, também não gostou das marcações. E até ameaçou abandonar a carreira esportiva para cursar Veterinária.
Márcio Wenceslau, medalha de prata na categoria até 58 kg, perdeu a final para o dominicano Gabriel Mercedes no desempate dos juízes. "Falta força do Brasil no meio dos árbitros", afirmou o técnico do brasileiro, Carlos Negrão. A polêmica foi em torno das quedas do dominicano no quarto tempo, chamado "golden point", que poderiam ter dado o triunfo para o lutador local.
O Brasil terminou o Pan com uma outra medalha, um bronze de Leonardo Santos na categoria acima de 80 kg. Desta vez, sem reclamação da atuação dos árbitros.