A torcida teve peso diferente nas campanhas das seleções masculina e feminina de pólo aquático do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Enquanto as mulheres afirmaram terem sentido a pressão de competir em casa, os homens creditaram a conquista da prata aos torcedores que lotaram o Parque Aquático Júlio Delamare todos os dias.
A equipe feminina defendia os bronzes conquistados nas duas últimas edições, em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003. Mas na disputa do terceiro lugar no Rio de Janeiro, caiu diante de Cuba.
Já o time masculino conseguiu revalidar a medalha de prata obtida na República Dominicana. Como nenhuma das duas equipes foi campeã, o Brasil vai ter que passar pelo pré-olímpico para ir aos Jogos de Pequim-2008.
Desde o primeiro jogo da seleção feminina, a equipe brasileira deu mostras de que poderia sentir a pressão da torcida. O assunto ficou evidenciado na terceira partida do time, quando o Brasil sofreu para ganhar de Porto Rico.
"A gente não consegue colocar o nosso ritmo de jogo. Talvez pelo fato de jogar em casa as meninas queiram resolver tudo sozinhas", reconheceu o técnico da seleção brasileira, Roberto Chiappini.
A pressão foi sentida nos dois jogos decisivos, contra o Canadá na semifinal e contra Cuba na disputa do bronze. "O time sentiu o lado psicológico. Nunca vi jogarem tão mal", afirmou Chiappini.
Já a equipe masculina usou a torcida como aliada. Antes do Pan, o país contava apenas com uma vaga na semifinal, já que via Estados Unidos e Canadá como favoritos à decisão. Mas o apoio dos torcedores foi sentido dentro da água, sobretudo na semifinal contra os canadenses, e o Brasil voltou à decisão.
Na final, entretanto, o time não teve chance diante dos Estados Unidos. Comandados pelo carioca Tony Azevedo, os norte-americanos ganharam o tetracampeonato do Pan. Já a seleção do Brasil, apesar de ser goleada na final, deixou a piscina aplaudida de pé.
"Foi emocionante aquela hora que a torcida reconheceu o nosso trabalho. Essa prata vale ouro", afirmou o capitão da seleção brasileira, Daniel Mameri.