Após Pan e recorde de medalhas, judô agora se foca no Mundial

O Pan-Americano do Rio de Janeiro foi um marco no judô brasileiro. A conquista de 13 medalhas bateu o recorde nas participações verde-amarelas nos Jogos. Agora, porém, o foco já está no Mundial, em setembro, também no Rio de Janeiro.

"Temos que lembrar que Mundial e Pan-Americano são duas coisas muito diferentes. Nosso desempenho no Pan foi muito bom, a equipe feminina mostrou muita força, mas o Mundial é uma competição muito mais forte. Não podemos esperar os mesmos resultados", avisa o supervisor técnico da equipe, Ney Wilson.

A ressalva do dirigente é, também, uma alusão à "falta" de ouros do Brasil no Rio de Janeiro. Apesar do recorde no número de pódios, a qualidade das conquistas diminuiu. Em Santo Domingo-2003, foram cinco ouros, contra apenas quatro no Rio 2007.

Os brasileiros campeões pan-americanos foram Tiago Camilo (até 90 kg), Edinanci Silva (até 78 kg), Danielle Zangrando (até 57 kg) e João Derly (até 66 kg), o último a subir no lugar mais alto do pódio.

Favorito, o medalhista olímpico Leandro Guilheiro (até 73 kg) lidera a lista de vice-campeões, que tem ainda João Gabriel Schlitter (mais de 100 kg), Danielli Yuri (até 63 kg), Mayra Aguiar (até 70 kg), Daniela Polzin (até 48 kg) e Érika Miranda (até 52 kg).

Em terceiro lugar terminaram Alexandre Lee (até 60 kg), Priscila Marques (acima de 78 kg) e Luciano Corrêa (até 100 kg). O único que saiu sem medalha foi Flávio Canto (até 81 kg), que sofreu uma luxação no cotovelo direito nas semifinais e não conseguiu lutar pelo bronze.

O grande vilão foi o time masculino. "O desempenho foi bom, mas a gente esperava um pouco mais, falando de qualidade. Mas acho que o nível da competição e a motivação dos atletas de fora fizeram com que as lutas fossem bem acirradas. De qualquer forma, está um pouquinho abaixo das expectativas. Eu esperava três ou quatro de ouro", admitiu o técnico Luiz Shinohara.

O grande destaque foi o desempenho do judô feminino, que pela primeira vez superou o masculino no quadro de medalhas. Foram dois ouros das mulheres, contra dois dos homens, mas quatro pratas femininas.

"Tivemos um grande avanço na equipe feminina, que teve um resultado brilhante. Se formos pensar em termos de Pan, em Mar del Plata foram sete ouros de Cuba, em Winnipeg e Santo Domingo, seis. Dessa vez, foram só três ouros de Cuba e nós conseguimos dois ouros", disse o supervisor técnico da equipe, Ney Wilson.

Em Santo Domingo-2003, além dos cinco ouros, os judocas brasileiros conquistaram uma prata e quatro bronzes, totalizando dez medalhas. O recorde brasileiro em número de medalhas era Indianápolis-1987, com cinco ouros, três pratas e quatro bronzes.

Apesar de ter conquistado o mesmo número de medalhas de Cuba, o Brasil terminou atrás no quadro de medalhas. Das 14 categorias, os cubanos foram medalhistas em 13, conquistando cinco medalhas de ouro.

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