UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

31/07/2007 - 09h20

Cuba mantém hegemonia no ringue onde Brasil quebra jejum

Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Dois cubanos abandonaram o ringue pan-americano para se profissionalizarem na Alemanha e, mesmo assim, os caribenhos continuaram sua supremacia no boxe, que vem desde os Jogos de Cali, em 1971. Por outro lado, o Brasil colocou oito pugilistas na semifinal, mas apenas o meio-médio Pedro Lima conseguiu obter o ouro e quebrar o jejum de 44 anos sem ouvir o hino nacional no Pan, desde o também caseiro São Paulo-1963.

CUBA VENCE 5 DAS 11 CATEGORIAS
AFP
Ouro entre os leves, Yordenis Ugas colaborou no desempenho cubano
Mosca Ligeira (48 kg)
Kevin Velasquez (EQU)
Mosca (51 kg)
McWilliams Arroyo (PUR)
Galo (54 kg)
Claudio Marrero (DOM)
Pena (57 kg)
Idel Torriente (CUB)
Leve (60 kg)
Yordenis Ugas (CUB)
Médio ligeiro (64 kg)
Karl Dargan (EUA)
Meio-médio (69 kg)
Pedro Lima (BRA)
Médio (75 kg)
Emilio Correa (CUB)
Semi-pesado (81 kg)
Eleider Alvarez (COL)
Pesado (91 kg)
Osmay Acosta (CUB)
Super-pesado (+ de 91 kg)
Robert Alfonso (CUB)
PEDRO LIMA QUEBRA TABU NO PAN
TODAS AS MEDALHAS DO BOXE
Cuba e Brasil tiveram o mesmo número de medalhas (oito), mas os metais foram bem diferentes - dourado para os caribenhos (cinco) e bronzeados para os anfitriões (seis).

Principal potência mundial da modalidade, Cuba viu suas medalhas decrescerem. Foram cinco dos 11 ouros em disputa, enquanto em outras edições a ilha colheu até 11 (Havana-1991), 10 (Indianápolis) e 9 (Winnipeg-1999). "Vamos ficar com seis ouros. Os outros países também precisam ganhar", se vangloriou o técnico Rolando Garbey, cujo pupilo, Guillermo Rigondeaux, foi um dos desertores.

Na briga para manter a supremacia no boxe pan-americano, Cuba sofreu seu mais duro golpe fora dos ringues, com as deserções de Guillermo Rigondeaux (galo) e Erislandy Lara (meio-médio), pugilistas favoritos em suas respectivas categorias, no transcorrer da disputa dos Jogos do Rio. "Cinco ouros com nove participantes é um resultado positivo", comentou Pedro Roque, técnico da equipe cubana.

Já o Brasil teve sua melhor preparação, com uma equipe permanente, estágios no exterior e selecionando os melhores da Bahia e Pará, celeiro de boxeadores do país. Mas, na hora da decisão, faltou experiência e físico para decidir. "Na técnica não perdemos para ninguém. O problema é manha dentro das cordas", disse Acelino "Popó" Freitas, que foi o chefe de delegação no Rio. Myke Carvalho deixou o rival virar a luta nos últimos segundos, enquanto James Dean Pereira lutou com guarda baixa devido a uma contusão no ombro.

Rigondeaux, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Sydney-2000 e Atenas-2004 e campeão pan-americano em Santo Domingo-2003 na categoria até 54 kg (galo), e Erislandy Lara, campeão mundial de 2005 da categoria até 69 kg (meio-médio), não compareceram à pesagem obrigatória antes de suas lutas. A deserção dos dois pugilistas foi confirmada no dia seguinte pelo presidente cubano Fidel Castro.

Erislandy Lara era o principal favorito entre os meio-médios, categoria que viu a conquista de Pedro Lima. "Eu estava preparado para enfrentar o cubano, veio o americano e venci", declarou Lima após seu combate. Agora a ambição dos brasileiros é conseguir uma medalha qualquer na Olimpíada, afinal, a única foi conquistada na Cidade do México, em 1968, com Servílio de Oliveira.