Brasil cumpre obrigação e assume liderança do quadro de medalhas

No esporte que obtém os melhores resultados no cenário internacional, o Brasil enfim assumiu a liderança no quadro de medalhas do Pan. Com as previsíveis vitórias de Juliana/Larissa e Ricardo/Emanuel no Rio de Janeiro, o Brasil se tornou o país com o maior número de medalhas de ouro na história do vôlei de praia no Pan.

Ao levar a disputa do Pan a sério, com suas duas principais duplas, o Brasil chegou a três títulos na competição (o outro foi de Adriana Behar/Shelda em Winnipeg-1999) e ultrapassou Cuba no quadro de medalhas.

Em um torneio com nível técnico muito baixo, no qual a maior parte dos atletas era amadora, Juliana, Larissa, Ricardo e Emanuel tiveram no cansaço e no desconhecimento dos adversários os seus maiores problemas.

Foi comum ver após os jogos os adversários derrotados tirando foto com os brasileiros. "Isso é coisa do esporte, já aconteceu comigo quando comecei a carreira, quando enfrentava o Franco e o Roberto Lopes ou o Kiraly", disse Emanuel, após posar com os colombianos Diego Cabrales e Rafael Naranjo, rivais do jogo de estréia.

Já os costarriquenhos Marcelo Araya e Jonathan Guevara, que enfrentaram Ricardo e Emanuel na última rodada da primeira fase, não esconderam o seu lado amador: eles revelaram ganhar a vida como eletricista e administrador de empresas.

Para disputar o Pan, as duplas brasileiras enfrentaram uma maratona: jogaram em Berlim em uma semana, viajaram para o Rio de Janeiro e depois voltaram para a Europa, para disputar o Campeonato Mundial na Suíça. Mesmo assim, em nenhum dos jogos que fizeram encontraram dificuldades para vencer.

Por isso, Ricardo/Emanuel e Juliana/Larissa usaram os treinos entre os jogos no Pan para se prepararem para os confrontos difíceis do Mundial da Suíça.

Se os brasileiros deram show nas areias, a grande decepção ficou por conta do público. A arena montada na praia de Copacabana em nenhum dia teve lotação máxima. Nem nas finais, que segundo os organizadores tinha todos os locais esgotados.

Os jogadores, entretanto, fizeram questão de expressar a felicidade de jogar diante da torcida. Na semifinal e na final, Juliana e Larissa comemoraram as suas vitórias literalmente abraçadas ao público.

"Esta medalha eu dedico à minha família, aos meus amigos e a cada brasileiro. Todos os brasileiros são vencedores e pra gente é muito bom poder vencer aqui e dar um pouco mais de felicidade para vocês", agradeceu Juliana, diante do público que acompanhou na final.

Fora os brasileiros, quem levantou a torcida foi a dupla porto-riquenha Ania Ruiz Negron/Yamileska Yantin. Mas não pela qualidade técnica, e sim pelo biquíni mínimo que as atletas usaram no Pan. Elas compraram a peça no Rio de Janeiro depois de descobrirem que os biquínis que trouxeram de Porto Rico eram largos demais.

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