UOL Esporte - Pan 2007
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30/07/2007 - 09h00

Mesmo sem Jaoude, luta faz seu melhor Pan da história

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

A luta olímpica conquistou no Rio de Janeiro sua melhor participação na história da modalidade no país. Com três medalhas - uma pratas e dois bronzes -, o Brasil dobrou a quantidade de pódios que obteve desde 1951.

EFE
Luiz Fernandes ficou com a prata na greco-romana. Melhor posição na história
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Rosângela Conceição, a Zanza (de vermelho), primeira brasileira medalhista
Na história dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil conquistou a primeira medalha na luta logo na primeira edição, com Antenor da Silva em Buenos Aires-1951, na categoria até 90 kg da luta livre. Somente mais de três décadas depois veio a segunda, com Roberto Leitão, atual diretor técnico da CBLA, prata também na categoria até 90 kg em Indianápolis-87. A terceira e última até então foi a de Antoine Jaoude, prata em Santo Domingo-2003.

A maior esperança de medalha da equipe brasileira, o experiente Jaoude, único representante do país em Atenas-2004, sofreu uma ruptura dos ligamentos do bíceps, e deixou a competição. Jaoude preferiu não forçar a lesão para não comprometer sua participação no Mundial da modalidade.

Mesmo assim, no Rio, a luta não passou em branco. O maior trunfo veio da luta greco-romana, até então sem medalhas. Luiz Fernandes conquistou a prata na categoria ate 96 kg, ao perder na final para o norte-americano Justin Ruiz. Felipe Macedo, na categoria até 74 kg, levou a segunda medalha, de bronze, ao bater o equatoriano Marcelo Mina.

Além disso, a luta alcançou outro feito inédito: viu Rosângela Conceição levar a primeira medalha da luta feminina do país. Na categoria até 72 kg, Zanza, como é conhecida, superou a dominicana Sulmira Brea para marcar seu nome na história do Pan.

"Essa medalha é para todas as meninas que vieram e representaram o país, ainda que em vitórias", desabafou Zanza. "A luta feminina ainda sofre muito preconceito; essa medalha é para cada menina que dá o sangue para conseguir levar o esporte."

Para o presidente da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA), Pedro Gama Filho, a missão foi cumprida. "Conseguimos em um só Pan o mesmo número de medalhas que levamos mais de 50 anos para conseguir. Isso mostra que estamos no caminho certo", comemorou o dirigente, que já tem nova meta. "Agora, queremos bater outro recorde, o de atletas classificados para Pequim."