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30/07/2007 - 09h41

Brasil garante vagas olímpicas, mas Pessoa não supera o pai

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

A equipe de saltos, menina dos olhos da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), conseguiu o seu principal objetivo nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro: a medalha de ouro por equipes e a obtenção da vaga olímpica para Pequim-2008. Mas o time não quebrou um tabu. Mesmo contando com o campeão olímpico Rodrigo Pessoa, o Brasil segue sem títulos no individual.

EFE
Rodrigo Pessoa foi ao Rio e ficou com ouro por equipes e prata no individual no Pan
Nas outras duas provas do hipismo, o adestramento e o concurso completo de equitação (CCE), o Brasil também conquistou vaga nas Olimpíadas, ganhando duas medalhas de bronze.

Nos saltos, Pessoa ficou muito perto do ouro. O cavaleiro chegou ao último dia com chances de vitória, mas acabou apenas com a prata, repetindo o resultado obtido por seu pai, Nelson, nos Jogos de Winnipeg-1999.

"Nunca houve uma competição na nossa família. É só para somar. Estas duas medalhas vão se somar às duas dele (Nelson). Ele se dedicou a vida inteira ao hipismo e eu tento fazer o melhor possível", disse Rodrigo Pessoa. Atualmente, Nelson é o técnico da equipe brasileira.

A formação do time que disputou o Pan gerou muito polêmica. A CBH pré-convocou Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves, os dois principais ginetes do país. A entidade fez uma seletiva no Brasil, o que desagradou os cavaleiros, que preferiam que a escolha fosse feita observando provas na Europa.

Para amenizar a crise, a CBH colocou um índice altíssimo na seletiva. Assim, apenas César Almeida conseguiu a vaga. O outro integrante do time foi Pedro Veniss, escolhido pela entidade. Os atletas que competem no Brasil tentaram na Justiça obter a vaga no Pan, mas após uma guerra de liminares foram derrotados.

Na pista, a escolha se mostrou acertada. O Brasil dominou a prova por equipes e ficou com o título antes mesmo da passagem de seu principal cavaleiro, Rodrigo Pessoa. Mas na disputa individual, um erro no terceiro percurso acabou com as chances de Pessoa ser campeão. O Canadá ficou com o ouro e com o bronze,

No adestramento, o time formado por Rogério Clementino, Renata Rabello e Luiza Tavares quebrou um tabu de 24 anos sem medalhas na prova.

O resultado brasileiro surpreendeu, uma vez que o time foi montado de última hora. A duas semanas do Pan, Pia Aragão teve de deixar a equipe por conta de uma doença de seu cavalo, sendo substituída por Clementino. Já na véspera dos Jogos, Jorge Rocha, o integrante mais velho da delegação brasileira no Rio de Janeiro (61 anos), sofreu uma intoxicação alimentar e também foi cortado, deixando a vaga para Luiza, de apenas 15 anos.

No CCE, o bronze foi obtido de forma tranqüila. André Paro, Renan Guerreiro, Fabrício Salgado e Carlos Paro ficaram bem à frente de seus principais adversários, Chile, Argentina e Uruguai, e sem chances de alcançar os favoritos Estados Unidos e Canadá.