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29/07/2007 - 01h15

Aliviado, levantador Marcelinho comemora "missão cumprida"

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Com o corte do titular Ricardinho às vésperas da estréia do Brasil no Pan-Americano, coube ao veterano Marcelinho a difícil missão de comandar o time na competição. Jogar em casa, em busca do único título que faltava ao grupo e tentar acabar com um jejum de 24 anos no Pan tornou ainda mais complicada a missão do novo titular.

Depois da conquista do ouro neste sábado, com uma vitória tranqüila sobre os Estados Unidos, Marcelinho estava aliviado. "Eu fiquei pensando que se a gente perdesse o que o Bernardo ia pensar, o que o grupo ia dizer. Mas foi uma semana perfeita e quero agradecer a todos os jogadores pela força, o carinho e o amor. Se a gente perdesse, eu iria para o inferno, mas queria mesmo era ir para o céu", comemorou.

Sem esquecer de quem ficou de fora, o levantador ressaltou a importância dele para a equipe. "O Ricardinho é um espelho para o grupo e para mim também. Tenho certeza que, conversando, os dois vão se acertar", afirmou.

Bruninho, filho do técnico Bernardinho, que foi chamado para substituir Ricardinho na seleção, creditou a vitória no Pan ao jogador. "Essa medalha é dele também, é do Ricardinho. Ele merece muito, talvez uns 80% dessa medalha. Ele é um membro da família e agora eu também sou", disse.

O treinador defendeu mais uma vez sua decisão de dispensar o levantador, eleito o melhor da última Liga Mundial. "Me chamaram de autoritário, mercenário e nepotista. Se a minha atitude tivesse sido tão injusta e incorreta, os outros jogadores teriam aceitado numa boa?", questionou. "Se fosse para ser arbitrário, eu tiraria o Marcelinho, não seria louco de tirar o melhor do mundo", completou Bernardinho, para quem a hora agora é de "pensar nos laços que unem o grupo."

O atacante Giba, que assumiu o posto de capitão com a ausência de Ricardinho, tentou colocar um fim na história. "Esse assunto já deu. Aconteceu o que aconteceu e a gente resolve dentro de casa. O Bernardo teve apoio do grupo. Foi uma decisão dele que foi respeitada pelo grupo", afirmou.

Mas ele fez questão de desmentir uma das suspeitas sobre o desentendimento entre o levantador e o técnico. "Nunca existiu coisa alguma de dinheiro. A gente é tudo moleque, joga porque gosta de jogar", justificou, referindo-se a uma possível divergência relacionada à premiação pela vitória na Liga Mundial.

Já o ponteiro Dante aproveitou o momento para enaltecer o trabalho de Marcelinho. Os dois jogam juntos há dois anos no Panathinaikos, da Grécia.

"Eu dedico o Pan-Americano para ele, como amigo e jogador. Substituir o Ricardinho não é fácil", disse Dante, que no Mundial do ano passado foi eleito o melhor atacante.