UOL Esporte - Pan 2007
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28/07/2007 - 09h15

Pan é diversão, não competição, para ouro olímpico quase aposentado

Bruno Doro
Enviado especial do UOl
No Rio de Janeiro

O norte-americano Paul Foerster chegou ao Pan-Americano do Rio de Janeiro como um dos grandes nomes da modalidade. Com um currículo invejável, comparável apenas ao do octacampeão mundial e bicampeão olímpico Robert Scheidt, ele chegou como um dos favoritos ao título da classe Sunfish.

Reuters
Paul Foerster foi o campeão olímpico da classe 470 nos Jogos de Atenas, em 2004
PÁGINA ESPECIAL DE VELA
Neste sábado, ele disputa a regata da medalha sem chances de conquistar seu terceiro ouro pan-americano. Aos 43 anos, porém, Foerster não poderia ligar menos para os resultados. "Pan-Americano é a competição mais divertida de se competir que eu já fui. Não existe pressão de resultados, você pode assistir a outros esportes", conta o velejador.

Foerster aproveitou bem essa vantagem do Pan. Em uma noite, por exemplo, assistiu á estréia do basquete dos EUA, derrotado pelo Uruguai. "O time não foi muito bem. É jovem", analisou. No dia seguinte, foi ao complexo do Maracanã para assistir à final do pólo aquático, entre EUA e Brasil. "Somos os melhores do mundo, mas é bom enfrentar os donos da casa".

O bom humor do norte-americano, formado em engenharia aeroespacial pela Universidade do Texes em 87, tem uma explicação. Ele já está quase aposentado da vela de competição. Atenas-2004 foi sua última Olimpíada, e uma experiência estressante. Ele e o parceiro Kevin Burnham ganharam o ouro só na última regata.

"Olimpíada é muito diferente. Existe a cobrança pelo resultado e eu cheguei em Atenas com uma ansiedade danada. Já tinha duas medalhas de prata e queria o ouro", explica o velejador, vice-campeão olímpico na 470 em Sydney-2000 e na Flying Dutchman em Barcelona-1992.

Apesar da idade ainda não impedir a vida de esportista, um detalhe o fez desistir de campanhas olímpicas: "Hoje eu tenho família. Cansei dessa rotina", diz o engenheiro, pai de Luke, de três anos, e Carl, de dois, ambos nascidos após o ouro olímpico. "Por isso, escolhi uma classe tranqüila, como a Sunfish, que é a classe do meu clube no Texas. Já foram quatro Olimpíadas, meu tempo passou".

O tempo pode ter passado, mas a categoria, não. Mesmo sem ter se dedicado integralmente ao Pan, Foerster é o terceiro de uma das classes mais disputadas do Pan, com chance de prata. O campeão da Sunfish já é o venezuelano Eduardo Cordero, oito vezes campeão mundial da classe.