"Era impossível superar as canadenses. Minha luta era pelo bronze e consegui", disse a carioca de 17 anos Giovanna Matheus após garantir o pódio no trampolim, esporte que estréia nos Jogos Pan-Americanos.
O ouro foi para Karen Cockburn, campeã mundial em 2003 e com um currículo de uma prata olímpica (Atenas-2004) e um bronze (Sydney-2000, edição em que a modalidade da cama elástica entrou no programa dos Jogos). Foram essas medalhas e mais um pódio no masculino (bronze também na Olimpíada australiana) que popularizaram o esporte no Canadá.
A prata pan-americana ficou com a também canadense Rosannagh Maclennan, que foi terceira colocada na última Copa do Mundo do esporte. A pontuação da final ficou assim: Giovanna fez 34,30; Rosannagh acumulou 36,60; e Karen ganhou 37,50 dos jurados.
"Foi o melhor que eu pude fazer. As canadenses são mais experientes. Minha luta era com as norte-americanas para subir ao pódio", disse a brasileira, que levou 50 pessoas para a tribuna e ainda não parou de receber telefonemas de congratulação.
Ela busca agora classificar para Pequim-2008, mas isso é compromisso para o final do ano, quando acontece o Mundial no Canadá. Se Giovanna ficar entre as 20 melhores, garante vaga. Mas as locais, mais russas, ucranianas e alemãs, são as favoritas.
A outra brasileira na prova, Bruna Garambone, caiu em sua apresentação e acabou na última colocação, com apenas 4,4 pontos.
No masculino, o Brasil ficou fora do pódio. O melhor colocado foi Carlos Pala, quinto colocado com 35,20 pontos. O ouro e o bronze acabaram com os EUA, com Chris Estrada e Ryan Weston, e a prata coube a Jason Burnett, do Canadá.
"É uma alegria imensa pela Giovanna, mas é mais fácil classificar um homem para a Olimpíada que uma garota", sentenciou a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Vicélia Florenzano. Para o Pan, a equipe masculina se preparou no centro de treinamento de Curitiba, enquanto as meninas ficaram em seus clubes.
Giovanna, por exemplo, praticou esses meses no Rio, mais exatamente na academia de Tatiana Figueiredo, que foi medalha de bronze no Pan de Caracas-1983 na ginástica artística por equipe. Pelo bronze, vai ganhar um prêmio de R$ 2.500 da confederação, que destina cerca de R$ 1.000 ao mês para a atleta, tirada da verba vinda de patrocínio e da lei Piva.