UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

28/07/2007 - 14h28

Com ou sem bronze, canoagem fecha com recorde de conquistas

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O Brasil ainda espera o bronze, no tapetão, do K2 500 metros. Mas, independentemente do resultado dado pelos juízes, a canoagem verde-amarela já comemora o sucesso no Pan-Americano do Rio de Janeiro.

Na água, o Brasil ficou fora do pódio na prova do K2 1000 metros masculino. Chegou a comemorar uma decisão preliminar no tapetão, que daria o bronze para Guto Campos e Roberto Maheler. A última decisão dos juízes, porém, manteve o resultado da água, tirando dos brasileiros a medalha.

Inconformada com a decisão, a delegação do Brasil, quarto colocado na prova, afirmou que vai recorrer na tentativa de reconquistar o bronze.
DECISÃO NO TAPETÃO
LEIA MAIS
Foram seis medalhas garantidas na água, uma de ouro, duas de prata e três de bronze. O número já supera Santo Domingo-2003, com cinco pódios, mas também com um ouro e duas pratas.

"O Brasil é uma força emergente no mundo da canoagem. Precisamos lembrar que a modalidade é ainda muito jovem por aqui, mas tem potencial ainda. Na próxima Olimpíada, podemos sonhar com vagas em praticamente todas as categorias. Mas em cinco ou dez anos, talvez em 2016, já possa chegar ao nível de lutar por uma medalha em Olimpíada", diz o técnico húngaro Akos Angyal.

Os destaques do Rio 2007 foram os canoístas, que conquistaram as três primeiras medalhas da história da modalidade. Os três medalhistas, além de compartilhar o ineditismo de suas conquistas, ainda divide histórias de vida de dificuldades.

Os paulistas Wladimir Moreno e Niválter Santos e o baiano Vilson Nascimento são oriundos de projetos sociais de iniciação no esporte. Wladimir e Vilson conquistaram duas medalhas, uma prata no C2 1000 metros e um bronze no C2 500.

"Somos almas gêmeas na canoa. Nem mesmo treinamos para essa prova antes de nos classificar e hoje conquistamos as medalhas. Acho que somos guerreiros. Tanto eu, quanto ele", diz Wladimir, o porta voz da dupla.

Niválter, 19 anos, foi bronze no C1 500 metros. "Esse bronze é uma grande conquista. Eu pratico o esporte só há dois anos e dez meses". Para começar no esporte, ele precisou de dinheiro emprestado e só continuou porque o técnico, Pedro Alves Sena Júnior, o bancou.

Sebastian Cuattrin, que após quatro Jogos Pan-Americanos conquistou seu primeiro ouro no Rio de Janeiro, fez questão de elogiar os companheiros. "O melhor desse time é a união. É muito bom ver esses garotos, que vieram de projetos sociais, darem resultado. Há alguns anos, nós não chegávamos nem perto de países como México e Chile na canoa e hoje estamos acompanhando cubanos", analisa.