Não foi exatamente uma folga, mas os dois dias sem jogos que os titulares da seleção brasileira tiveram no meio do Pan-Americano serviram para dar um novo gás para o time. Nesta sexta-feira, às 22h, a equipe vai precisar dessa energia a mais na semifinal contra a Venezuela, no ginásio do Maracanãzinho.
A "folga" começou na quarta-feira, quando os titulares foram poupados do jogo contra o México. Apenas o meio-de-rede Rodrigão, o levantador Marcelinho e o líbero Escadinha atuaram em toda a partida. Nesta quinta, a seleção teve um dia sem partidas, apenas com treinos.
"O time acumulou energia", afirmou o técnico Bernardinho após o treino da noite desta quinta-feira no Maracanãzinho.
Antes do Pan, a seleção participou de uma verdadeira maratona pela Liga Mundial, com jogos no Canadá, na Finlândia e na Polônia. Quando chegou ao Rio, a equipe ainda passou o estresse pelo corte de seu capitão, o levantador Ricardinho. Por isso, qualquer momento de descanso é comemorado.
"Para quem não tem descanso um dia muda muito", conta o ponteiro Dante. Eleito o melhor atacante do último Mundial, Dante já sentiu a diferença na noite desta quinta. "Este com certeza foi o melhor treino que fizemos aqui no Pan."
Para o levantador Marcelinho, substituto de Ricardinho na equipe, o ritmo puxado dos treinamentos às vezes cansa mais do que o jogo. "O que a gente faz no treino é muito maior do que no jogo", disse.
Marcelinho é um dos poucos jogadores deste elenco que não estavam na derrota para a Venezuela quatro anos atrás, nas semifinais do Pan de Santo Domingo. Mesmo assim, o jogador encara a pressão pela vitória nos Jogos do Rio.
"Todo mundo espera muito da nossa equipe. Este é o título que falta, vamos correr atrás dele com toda a nossa força", falou o levantador da seleção.
Segundo Bernardinho, o Brasil precisa entrar em quadra com o pensamento vencedor que marcou a seleção desde 2001, quando o treinador assumiu o comando do time.
"No momento decisivo eles (os jogadores) sabem que podem. Na nossa cabeça é essa vontade de ganhar o Pan", disse o treinador, que lembrou a derrota de 2003. "A Venezuela jogou uma ótima partida, mas nós jogamos muito mal. Mesmo assim ainda conseguimos ganhar dois sets".