Para clã Pessoa, ouro após polêmica serve de "lição"

O clã Pessoa usou a palavra "lição" para definir a conquista da medalha de ouro após a polêmica convocação da equipe brasileira de saltos do hipismo para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Mas Nelson, técnico do time, e Rodrigo, principal cavaleiro do país, utilizaram a expressão de maneiras diferentes.

A convocação do time acabou na Justiça após uma liminar do ginete Vitor Teixeira, que questionava os critérios utilizados pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Na regra, disputariam o Pan apenas os atletas que fizessem menos de 28 pontos na seletiva, além de Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves, pré-convocados por causa da boa posição no ranking mundial.

O único cavaleiro que conseguiu passar pelas seletivas foi César Almeida. Assim, a CBH escolheu, por critérios subjetivos, Pedro Veniss para entrar no time. Vitor Teixeira, segundo colocado na seletiva, foi preterido até para a vaga de reserva, que ficou com Karina Johannpeter, terceira colocada no classificatório.

Na Justiça, a CBH conseguiu cassar a liminar de Teixeira. Mas a definição do time só saiu uma semana antes do início dos Jogos Pan-Americanos. Nesta sexta-feira, após a conquista da medalha de ouro, Nelson Pessoa defendeu a decisão da CBH de realizar uma seletiva forte.

"Toda a equipe inteira fez menos do que o índice para um cavaleiro. Se não tivesse esse índice, teríamos ficado em sexto lugar. Espero que quem provocou isso tudo tenha recebido uma boa lição", disse o técnico da seleção, lembrando que a medalha de ouro foi conquistada com apenas 9,67 pontos perdidos.

Já Rodrigo Pessoa, campeão olímpico em Atenas-2004, foi mais comedido em suas críticas. O cavaleiro ameaçou até não disputar o Pan se o Brasil não tivesse um time forte no campeonato.

"Esses eventos todos atrapalharam a preparação de cada um, mas aí está o resultado. Vamos tentar não cometer os mesmos erros para o ano que vem", disse Rodrigo Pessoa, que no domingo também pode ganhar medalha na disputa individual.

Além da medalha de ouro, que restabeleceu a hegemonia brasileira em Pans após o bronze em Santo Domingo-2003, a primeira colocação no Rio de Janeiro também classificou a equipe para a Olimpíada de Pequim, no ano que vem.

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