UOL Esporte - Pan 2007
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27/07/2007 - 20h40

Tri da ginástica rítmica chega ao som de Daniela Mercury

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Quem assistiu à coreografia de cordas da equipe brasileira de ginástica artística deve ter reconhecido o ritmo baiano de Daniela Mercury. Sem poder usar músicas com vocal aparente, a equipe fez um arranjo diferente com uma das músicas da cantora baiana.

"Ela é a imagem da mulher brasileira e a ginástica rítmica é uma modalidade do Pan disputada apenas por mulheres. Além disso, ela já foi atleta da ginástica rítmica e gostou bastante da homenagem", conta Monika Queiroz, técnica do quinteto que venceu a prova nesta sexta-feira.

A segunda coreografia, de massas e arcos, tinha ritmos homenageando as nações africanas. "Pensamos em todas as nações africanas, porque nós, brasileiros, temos essa mania de homenagear as coisas de outros países".

As homenagens chegam também para provar a qualidade da equipe, completamente renovada em relação ao time que foi bicampeão em Santo Domingo-2003. Das cinco ginastas que competiram nesta sexta-feira, apenas uma, Tayanne Mantovaneli, já tinha disputado um Pan-Americano e, mesmo assim, na categoria individual.

"No começo, todos foram contra essa renovação, duvidavam da qualidade das meninas. Mas fomos evoluindo aos poucos. Às vezes, me parece que o esporte brasileiro só pode ser feito de mitos, que não existe renovação. Essa medalha de ouro prova que as coisas não são bem assim", reclama a treinadora.

As atletas são menos enfáticas, mas reforçam o coro. "Em 2005, foram selecionadas novas meninas, que foram treinar em Vitória. Juntas, fomos competindo, passando por desafios e subindo degrauzinho por degrauzinho, sempre com muito cuidado. E foi isso que aconteceu, o ouro", afirma Tayanne, a mais experiente do grupo.

Segundo Monika, quem melhor personifica a nova fase da ginástica é a baiana Marcela Menezes, de 21 anos. "Ela é a mais velha do grupo, mas nunca tinha chegado à seleção. Foi sempre reprovada, mas merecia uma chance".

"Esse ouro representa muitos anos de treinamento. Chegamos ao Pan com tranqüilidade e maturidade e conseguimos fazer exatamente o que treinamos. Agora, quero chegar às Olimpíadas. Mas esse já foi um passo muito grande", explica Marcela.