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27/07/2007 - 11h03

Almas gêmeas, brasileiros são prata no C-2 1000 m da canoagem

Bruno Doro
Enviado Especial do UOL
NO Rio de janeiro

"Todo mundo tem a sua alma gêmea". A frase, de um atleta musculoso sobre outro, pode causar estranheza, mas reflete o sentimento de gratidão e companheirismo que existe entre a dupla brasileira no C-2 1000 m. De tão entrosados, ganharam a medalha de prata nesta sexta-feira no Pan.

EFE
Vilson e Wladimir competem na prova em que ganharam a inédita medalha de prata
PERFIL DE VILSON NASCIMENTO
PERFIL DE WLADIMIR MORENO
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Vilson Nascimento e Wladimir Moreno chegaram em segundo lugar na final, com o tempo de 3min49s307. Foram superados apenas pelos cubanos Karel Aguilar e Serguey Torres, que fizeram 3min47s857. A medalha de bronze foi para os venezuelanos Eduard Paredes e Jose Silva, que terminaram a prova em 3min51s101.

Essa é a primeira medalha do Brasil na categoria na história dos Jogos Pan-Americanos. Tanto Vilson como Wladimir são estreantes no evento esportivo continental. Além de compartilhar a medalha, o barco e o quarto na vila do Pan, os dois dividem também as dificuldades para chegar aos Jogos.

"Nem eu, nem ele iríamos fazer o C-2, mas no dia, não conseguimos vaga no individual e resolvemos tentar. Todo mundo tem a sua alma gêmea", explica Vladimir Nascimento.

Vilson conheceu a canoagem em um projeto social, quase abandonou o esporte para trabalhar e teve de sair de Itacaré, na Bahia, para se dedicar ao esporte. Vladimir, por sua vez, teve de fazer empréstimos para pagar as contas e continuar competindo.

"Estamos tentando cobrir um gigante com um lençol de bebê. Eu e ele. Mas esse cara aqui é muito guerreiro. Outro dia, estávamos assistindo a '2 filhos de Francisco' e na cena em que a mãe diz 'Dorme, meu filho, que a fome passa' ele disse que era isso mesmo", conta Vladimir, apontando para o parceiro.