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27/07/2007 - 20h29

Boxeador dourado do Pan deve se profissionalizar em 2008

Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

"Hoje ele já tem condições de ser profissional. Já tem boxe e cabeça para isso, mas vou aguentá-lo mais um pouco, até a Olimpíada." Assim o treinador-empresário Luiz Carlos Dórea define o futuro próximo de seu pupilo, o boxeador dourado Pedro Lima.

CENAS DA CONQUISTA NO BOXE
Flávio Florido/UOL
Pedro Lima derrotou norte-americano Andrade na decisão dos meio-médios
AFP
Boxe do Brasil não conquistava ouro no Pan-Americano desde a edição de 1963
FOTOS DA VITÓRIA DE PEDRO LIMA
VEJA OS INSTANTES FINAIS DA LUTA
Em êxtase com o triunfo, o pugilista só sabe agradecer a todos da equipe e soltar gritos de alegria - no pódio puxou o coro de "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" e foi seguido pela platéia do Riocentro. Lançou socos no ar para as câmeras e gritava "coração valente" aos microfones.

"Quem maneja minha carreira é o Dórea. Ele decide o que vou fazer", se esquiva o pugilista. Na sua academia Champion, no bairro soteropolitano Cidade Nova, Dórea é treinador de dezenas de jovens, mas também empresaria nove profissionais.

Sua trajetória na fama começou com Acelino Freitas, o Popó, que depois quebrou contrato com ele e atualmente move um processo na Justiça contra Dórea. "Isso é passado. Lembro só dos momentos bons. O lado negativo a gente esquece", afirma, falando do hoje superior hierárquico - Popó é chefe da delegação no Pan e secretário de Esportes de Salvador.

Segundo Dórea e Lima, não há um contrato entre eles. "Somos uma família. Quem come em casa vira parente", define o treinador. "Dórea me ajudou, me deu dinheiro para remédio quando apareci na academia dele", conta o boxeador de 23 anos, que antes vendia bala e chocolate nas ruas e sempre arrumava briga.

Mas Popó, o ex-pupilo de Dórea, não deixa esquecer que relações tão entranhadas também se quebram. Popó foi prata no Pan de Mar Del Plata-1995 e logo passou para o profissional.

O hoje chefe de delegação subiu ao lugar mais alto do pódio para fotografias com Lima - lugar esse que ele não alcançou 12 anos atrás e que o novato agora derrubou o jejum de 44 sem ouro no Pan. "Agora eu sou o coadjuvante aqui. O campeão está ao meu lado", disse Popó diante dos holofotes.