Everton Lopes perde para cubano e fica com a prata dos leves

O leve baiano Everton Lopes perdeu por 21 a 8 para o cubano Ugas Yordenis na primeira noite das finais do boxe do Pan, que aconteceu no pavilhão 2 do Riocentro.

O brasileiro começou usando seu jab, enquanto o cubano era mais contido. Everton deu o primeiro golpe e levou empatado em 3 a 3 até metade do primeiro assalto. A partir daí, o cubano mostrou sua maior experiência fechando em 5 a 3 o round inicial.

Na segunda parte, o cubano tinha 10 a 5 quando o lutador local acertou um golpe que deixou o adversário grogue. O caribenho se recuperou e terminou com 11 a 7. No terceiro assalto, Yordenis abriu vantagem com um placar de 17 a 8. No último round, só administrou a luta.

"O cubano boxeou fechadinho e contra-atacando, o que o Everton devia ter feito. Na técnica, somos iguais a eles, mas falta inteligência", analisou Acelino Freitas, o Popó, que ocupa o posto de chefe da delegação brasileira de pugilismo. "Mas eu entendo ele. Eu também deixei escapar um ouro no Pan", lembrou o ex-pugilista de sua passagem por Mar Del Plata-1995.

A luta também foi reforçada pela rivalidade de Brasil e Cuba pelo segundo lugar no quadro de medalha provisório desta sexta. Os gritos de "Brasil, Brasil" eram sucedidos por "Cuba, Cuba" da delegação visitantes, e a resposta consequente com vaias gerais.

O baiano não conseguiu quebrar o jejum de 44 anos sem ouro pan-americano para os ringues nacionais. Desde a edição de 1963, em São Paulo, que o país não ouve o hino nacional no pódio do pugilismo. Na ocasião, Luiz Leonidas César, Elcio Neves e Rosemiro Mateus Santos triunfaram.

Na última terça, Lopes passara por José Pedraza González, de Porto Rico, com o placar de 7 a 2 e assegurou vaga na decisão dos leves.

A campanha de Lopes começou com um triunfo sobre o dominicano Jonathan Batista, fazendo 11 pontos contra 10. Depois veio a vitória sobre o canadense Ibrahim Kamal, por 10 a 3, para avançar à semifinal do torneio de boxe dos Jogos Pan-Americanos.

"Entreguei muita compra de supermercado para sobreviver, mas agora estou vivendo um sonho", disse para explicar sua trajetória de vida antes de começar a treinar na academia de Popó em Salvador.

O país colheu mais seis bronzes, afinal, o sexteto nacional caiu nas semifinais, e só os baianos Everton Lopes e Pedro Lima conseguiram passar para a decisão do ouro. O desempenho melhorou muito em relação do último Pan, quando o pugilismo do Brasil recebeu dois bronzes.

Calendário completo Locais de competição