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27/07/2007 - 20h35

Olheiros da NBA garimpam talento no Pan-Americano

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Apesar do baixo nível técnico do torneio masculino de basquete do Pan - boa parte das equipes está guardando força máxima para o Pré-Olímpico de Las Vegas -, a NBA compareceu ao Rio de Janeiro para garimpar talentos.

AFP
Paulão (à esquerda, no jogo contra o Canadá), pode ser um alvo dos olheiros
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Dallas Mavericks, Detroit Pistons, Los Angeles Lakers, San Antonio Spurs, Toronto Raptors e Washington Wizards são alguns dos times que enviaram "scouts" para observar a competição de perto.

"Nós temos de cobrir todos os lugares, o basquete evoluiu muito no mundo. Quem poderia imaginar, há cinco anos, que teríamos todos esses jogadores brasileiros na NBA? E da China? Veja, nós mesmos acabamos de escolher um chinês", afirmou Gary Boyson, dos Lakers.

Para ele, há um número reduzido de jogadores com potencial para entrar na liga via "draft" - o processo de recrutamento de calouros da liga norte-americana. "Aqui deve ter uns cinco ou seis jogadores que mereçam ser analisados de perto." Isso incluiria até mesmo a seleção dos Estados Unidos, na qual o pivô Roy Hibbert, o ala Wayne Ellington e os alas-pivôs Joey Dorsey e D.J. White seriam os principais alvos.

O olheiro não quis identificar nenhum jogador, para proteger os interesses de sua franquia. Mas um estudo nos elencos das equipes do Pan aponta alguns poucos atletas que nasceram, no máximo, em 1986, que será o limite para a inscrição de estrangeiros no ano que vem. Entre eles estão os pivôs brasileiros Paulão, 19, Caio Torres, 20, e e o ala Marcus Vinícius, 21.

A exceção vale para os estrangeiros que atuem no basquete universitário norte-americano, como os canadenses Andy Rautins, armador de 20 anos, e Sheray Thomas, ala de 22 anos. Jogadores mais velhos também poderiam ser avaliados mas para a contratação como agente livre.

Os scouts invadem as arquibancadas da Arena Multiuso, mas procuram passar incógnitos. "Procuramos ter um comportamento mais comedido, pois alguns jogadores não ficam confortáveis com a nossa presença. Só nos manifestamos com o agente do jogador ou com o próprio jogador quando estamos certos do interesse", disse o brasileiro Rogério Werneck, dos Pistons.

O ala porto-riquenho Ricky Sanchez, já selecionado pelo Denver Nuggets em 2006, mas que ainda não foi aproveitado pela equipe, contudo, notou a presença dos olheiros já na partida de abertura do Pan, quando os assentos desocupados ainda predominavam ginásio.

"Eles estavam na primeira fileira. Para nós, jogadores mais novos, um torneio como esse serve para ser aproveitado. Quero jogar o mais duro possível, o máximo de minutos que tiver, para tentar mostrar que posso ficar na liga", disse.