Antes mesmo de ser integrado ao cronograma da Olimpíada, o trampolim já fazia parte dos Jogos Pan-Americanos, em 1955 e 1959, como modalidade da ginástica artistíca. Com a falta de interesse do Comitê Olímpico Internacional de incluí-lo no maior evento esportivo do mundo, o esporte foi retirado da competição continental.
Em 2000, enfim, a modalidade passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos. Para que isso acontecesse, a Federação Internacional de Trampolim teve que ser extinta e os rumos do esporte passaram a ser subordinados à Federação Internacional de Ginástica por exigência do COI.
Com o retorno da modalidade ao cronograma olímpico, a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) decidiu que o esporte deveria fazer parte também do evento continental. A reestréia estava prevista para acontecer em Santo Domingo-2003, mas a falta de atletas inscritos fez com que a entidade adiasse o regresso para a edição do Rio de Janeiro.
Venezuela e Estados Unidos foram os dois únicos países a ganharem medalhas nas duas edições em que o esporte participou do Pan. Os norte-americanos ganharam cinco medalhas contra apenas uma dos sul-americanos.
Os atletas brasileiros da modalidade não estiveram presentes nas duas vezes em que o trampolim participou dos Jogos Olímpicos. Até hoje, o melhor resultado internacional dos atletas do país aconteceu do Mundial de 1998, disputado em Sydney, quando o carioca Rodolfo Rangel se tornou campeão mundial no duplo mini trampolim.
Desde 2005, o modalidade tem uma seleção masculina permanente que treina em Curitiba, mesma cidade onde está instalado o quartel-general das "estrelas" da ginástica artística, como Daiane dos Santos e Diego Hypolito.
Toda essa infra-estrutura, no entanto, tem data para acabar. Depois que o Pan-Americano terminar, a Confederação Brasileira de Ginástica deve extinguir a equipe.
No Rio de Janeiro, três atletas representarão o país. O mais velho deles e Carlos Ramirez, com 22 anos recém-completados. O título do Campeonato brasileiro é a principal credencial do atleta para o Pan.
Rafael Andrade competirá no Rio de Janeiro depois de conquistar o 20 º lugar na etapa da Bélgica da Copa do Mundo de ginástica, em junho. O resultado pode parecer modesto, mas significa um grande avanço para a modalidade no Brasil,
No feminino, a única brasileira será Giovana Bastos, de apenas 17 anos. Ao contrário do masculino, que tem uma estrutura, ainda que com prazo determinando para acabar, a sua disposição, Giovana tem que dividir seu tempo entre a escola e os treinos e só recebeu um trampolim adequado para treinar dois meses antes do Pan.
"Foi ótimo o aparelho ter chegado, os treinos dela melhoraram bastante. Ajuda em tudo. Poder dar saltos mais altos... O equipamento é totalmente diferente. O produto que a gente tem aqui não poderia nem receber um Mundial", afirmou Tatiana Figueiredo, técnica da atleta, no começo de julho.