UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

26/07/2007 - 16h55

Seleção campeã pede mais apoio ao futebol feminino no Brasil

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Logo após a vitória sobre os Estados Unidos na final feminina do futebol nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro o técnico da seleção brasileira, Jorge Barcellos, e a principal jogadora do país, Marta, pediram mais apoio para a modalidade.

Barcellos acredita que o sucesso de público que o futebol feminino teve no Pan pode ser repetido caso seja criado um campeonato forte no país.

"Se o futebol feminino passar no horário nobre da TV vai acontecer o que aconteceu aqui no Maracanã. Não cabe a nós julgar os investimentos. O nosso papel, meu e das jogadoras, está sendo feito. Os dirigentes têm que fazer o papel deles organizando campeonatos para que a gente possa trabalhar", afirmou Barcellos.

De acordo com o treinador, o futebol feminino no Pan mostrou que a modalidade pode resgatar nos estádios um "futebol antigo", sem violência.

"As pessoas têm que se mobilizar e se organizar porque o futebol feminino é lucrativo. Se for uma coisa organizada vai ser outro público. O futebol feminino tem um público feminino e de crianças muito grande. Isso resgata um futebol muito antigo, de quando você ia para o estádio e sabia que voltaria intacto pra casa", afirmou Barcellos.

Artilheira do Pan com 12 gols, Marta endossa o pedido de organização de um campeonato forte no país. A jogadora, eleita a melhor do mundo no ano passado, atua no Umea, da Suécia.

"Tem muitas meninas querendo jogar, muitas Martas, muitas Formigas, muitas Danielas. Estamos na luta para que isso possa acontecer, para que exista uma Liga no Brasil. Isso facilitaria até o trabalho da seleção", afirmou Marta.

A jogadora disse que poderia voltar a atuar no Brasil caso um campeonato forte fosse organizado em solo nacional. "Eu amo o meu país. Se tivesse a estrutura que eu tenho lá fora voltaria correndo para cá."

Marta revelou que conversou com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e que ouviu a promessa da criação de um campeonato forte no país. E a jogadora defendeu o apoio da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) à seleção feminina.

"Uma andorinha só não faz verão. A CBF dá todo apoio para gente, mas para termos algo no Brasil não depende só da CBF, e sim das empresas, dos clubes, do governo. Temos que tentar buscar uma solução para a situação do futebol feminino. A gente está trabalhando para que as pessoas que têm poder de fazer algo para o futebol feminino se mobilize para tentar achar uma solução melhor", disse Marta.