UOL Esporte - Pan 2007
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26/07/2007 - 22h22

Marcelinho muda papel e se molda para o Pré-Olímpico

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Ao acessar as estatísticas das duas primeiras partidas da seleção de basquete no Pan, o torcedor brasileiro pode se assustar ao se deparar com a lista de cestinhas do time. Marcelinho Machado apareceu apenas como o quinto maior pontuador na primeira e em sexto na segunda. Mas o jogador, remodelado, avisa que essa deve ser a tendência para a temporada.

EFE
Contra o Canadá Marcelinho Machado observa o adversário Andy Rautins avançar
PÁGINA ESPECIAL DO BASQUETE
PERFIL DE MARCELINHO MACHADO
Único titular da equipe do Mundial escalado nos Jogos do Rio, o ala-armador assumiu um novo papel, pensando na próxima competição da equipe: o Pré-Olímpico de Las Vegas, em agosto.

"Conversei com os técnicos, e agora minha função é outra. Os jogadores que estão fora vão chegar e terão volume de jogo maior, então já estou me adaptando a um outro formato, já pensando no Pré-Olímpico", afirmou.

Leandrinho, Nenê, Tiago Splitter e Anderson Varejão são alguns dos atletas que vai se integrar à equipe em agosto. E o armador do Phoenix Suns e o pivô do Denver Nuggets devem ocupar grande parte da carga tática ofensiva da seleção. Marcelinho, por isso, já vem controlando seu ímpeto no Pan para se adaptar ao menor número de arremessos e pontos.

Nesta quinta, contra o Canadá, ele marcou apenas nove pontos em oito arremessos, nos 29min41s que ficou na quadra. Murilo (24), Marquinhos (14), JP Batista (12), Nezinho (11) e Valtinho (10) ficaram à sua frente.

Marcelinho considera que a passagem pelo Zalgiris Kaunas-LIT, na temporada passada, o ajuda a se enquadrar em sua função renovada.

"São fases. Não vou dizer que envelheci, mas ganhei experiência com minha passagem no basquete europeu. Ganhei uma visão de jogo completamente diferente, estou enxergando muito mais o jogo", disse. "Na Europa, é como se fosse um jogo de xadrez, tudo muito estudado, em que usam ao máximo os seus recursos. Eles forçam que você jogue de modo inteligente. No Brasil o estilo é totalmente diferente, mais americanizado."

Apesar de não pontuar como o acostumado, o ala-armador vem encontrando outras formas de contribuir com a seleção. Além de ser o líder nas assistências contra os canadenses (cinco passes que resultaram em cesta), ele já soma sete roubos de bola em dois jogos.

Dois fundamentos que não vêm ao acaso. "Sempre tive a característica de buscar o passe decisivo e continuo buscando. A seleção está atrás do melhor arremesso, independentemente de quem for. Se jogarmos assim, fica difícil para os outros, principalmente como talento ofensivo de nosso time", afirmou. "E também venho me dedicando ao lado defensivo, que era algo falho em meu jogo. Acredito que evoluí nesse sentido."