UOL Esporte - Pan 2007
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25/07/2007 - 12h28

Reclamações e paciência oriental marcam início do softbol

Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Com 50 horas de atraso começou o softbol do Pan. A desorganização exigiu uma paciência verdadeiramente oriental dos torcedores, maioria da comunidade de São Paulo que viajou de ônibus ao Rio para acompanhar a estréia contra as favoritas dos EUA.

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Torcedoras do time do Blues Jays esperam quase 2 horas para entrar no Complexo
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Jogadoras da seleção brasileira se reúnem antes da partida contra os Estados Unidos
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Estrela da seleção norte-americana, Jennie Finch arruma seu cabelo antes do confronto
Karen Kazama estava desde segunda-feira no Rio esperando a estréia e serviu de informante para suas amigas ainda na capital paulista. "Eu ligava para o pessoal dizendo que não ia ter jogo. Ontem avisei que ia rolar. Elas foram direto para a rodoviária", disse Karen.

O grupo de 20 adolescentes fez um bate-e-volta. É formado por juvenis do time Nippon Blue Jays, que já sonham com a fama que as jogadoras da seleção fizeram com o calendário de fotos sensuais que lançaram.

"Eu também quero ser uma tchutchuca como elas", brincou Karini Kato. O grupo parecia bem humorado diante das adversidades do campo sem drenagem e da estrutura do estádio provisório, que qualquer chuva ou vento prejudicava. Até o DJ do ginásio colaborou no clima, tocando a música "Vento, Ventania", do grupo Biquíni Cavadão.

Quem não gostou do estado do campo foi a musa loira norte-americana Jennie Finch, que fez a partida atrasar mais 15 minutos porque tinha um buraco no lugar em que tinha que lançar a bola. Mais um pouco de areia e uma ajeitada no piso, e a partida finalmente começou. E os EUA acabaram vencendo por 7 a 0.

Também indignado com o descaso em que o beisebol e o softbol foram tratados no Pan-Americano estava o chefe da equipe venezuelana, Hugo Hidalgo. "Nunca jogamos em um campo tão ruim. Mas temos de jogar", disse o dirigente do país campeão sul-americano da modalidade. Ele conta que as jogadoras não puderam nem treinar desde que estão no Brasil. "Só correram e bateram um pouco de bola, porque não há onde treinar", reclama o visitante.

Menos pessimista estava a canadense Janice Gee, que veio ao Rio acompanhar a filha Erin, da seleção de seu país. Com os sucessivos adiamentos, Janice pôde fazer turismo na Cidade Maravilhosa. Segunda foi ao Corcovado e Pão de Açúcar. Terça ficou reservada para o shopping. "Já minha filha está entediada na Vila Pan-Americana. Não joga, nem treina", conta a mãe.