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25/07/2007 - 17h22

Com força no garrafão, Brasil tem vitória complicada na estréia

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

A dupla Murilo e JP Batista mostrou por que o garrafão da seleção brasileira é um dos mais fortes do mundo na complicada vitória por 86 a 81 contra a Ilhas Virgens, nesta quarta-feira. Mesmo desfalcada de Anderson Varejão, Nenê e Tiago Splitter, a equipe usou com eficácia o jogo de pivôs para se livrar do inesperado "sufoco" da estréia e abrir sua luta pelo tricampeonato pan-americano.

BRASIL ESTRÉIA COM VITÓRIA
Flávio Florido/UOL
Brasileiro João Paulo (esq.) tenta passar pela marcação de rival de Ilhas Virgens
Flávio Florido/UOL
Valtinho parte para cima da defesa rival na partida de estréia da seleção no Pan do Rio
Flávio Florido/UOL
Marcelinho Huertas comemora ponto durante a vitória do Brasil na estréia do Pan
IMAGENS DA RODADA DESTA QUARTA
PORTO RICO BATE O CANADÁ
Murilo, que participou dos Jogos de Santo Domingo-2003, e Batista, estreante na seleção, somaram 34 pontos na partida (17 pontos cada um), pela primeira rodada do grupo A. O próximo jogo será nesta quinta, contra o Canadá, que perdeu por 82 a 63 para Porto Rico.

Os dois, que também capturaram 20 rebotes (11 de Murilo e nove de Batista), causaram estragos na defesa das Ilhas Virgens logo no início da partida, quando marcaram 19 dos primeiros 24 pontos brasileiros e ajudaram a construir uma vantagem de 32 a 21 ao final do quarto inicial. A partir desse ponto, a seleção teve o jogo em mãos.

"A gente jogou bem junto e para o time, sem querer ser egoísta. Isso é o mais importante, pois um melhora o outro", afirmou Batista. "Eu não conhecia o João Paulo, e só treinamos há algumas semanas. Mas estamos nos entendendo bem", afirmou Murilo.

O jogo marcou também a volta do armador Valtinho, depois de quatro anos de ausência. O Pan serve como um torneio de readaptação do atleta, que é peça importante nos planos do técnico Lula Ferreira para o Pré-Olímpico de Las Vegas.

Será apenas na cidade norte-americana que a equipe poderá contar com força máxima. O armador Leandrinho, o pivô Nenê e os alas Alex e Guilherme Giovannoni estão fora por questões físicas, enquanto o pivô Tiago Splitter tirou férias e os pivôs Anderson Varejão e Rafael "Baby" Araújo negociam novos contratos na NBA.

Único da legião brasileira na liga norte-americana presente no Pan, o ala Marquinhos teve desempenho apático e marcou apenas quatro pontos.

O jogo
Com uma queda de rendimento no segundo tempo, a seleção complicou uma partida que estava tranqüila. O time venceu o primeiro quarto por 11 pontos e não perdeu mais a liderança do marcador desde então.

Mas se descuidou, deixou sua intensidade cair e precisou de um toco improvável do ala-armador Marcelinho Machado, a 40 s do fim, para impedir que as Ilhas Virgens empatassem a partida em 81 a 81.

A boa diferença na primeira parcial foi impulsionada justamente pela dupla de pivôs titulares. Murilo se mexeu bem no garrafão e encontrou muitos espaços para pontuar próximo à tabela. Ofensivamente, ele mostrou entrosamento com João Paulo Batista. Os dois se alternaram nas descidas às cestas e somaram 24 pontos em conjunto no primeiro tempo - 14 do primeiro e 10 do segundo.

Os dois jogadores foram municiados pelo armador Valtinho, que soube jogar de modo cadenciado em meia-quadra, um ponto geralmente fraco da seleção. Desta forma, a equipe não dependeu em demasia dos contra-ataques.

Com exceção de Marquinhos, que forçou o arremesso, a pontaria dos três pontos também foi boa (43%). Combinando esses arremessos com o jogo interior eficiente, o time venceu por 51 a 43 o primeiro tempo.

A vantagem só não foi maior porque o time de Lula Ferreira não soube proteger sua tábua defensiva e permitiu muitos rebotes e pontos de segunda chance para os rivais. Uma falha na retaguarda também aconteceu nas posses de bola em seqüência a cestas. Os atletas demoraram para assumir seus postos e permitiram cestas fáceis, sem nenhuma contestação no contragolpe.

A seleção voltou do intervalo com menos intensidade em sua marcação individual e permitiu que o país caribenho se aproximasse no placar em 53 a 52 com cerca de sete minutos para o fim do quarto.

Apesar de não ter saído da liderança do marcador em nenhum momento, a equipe diminuiu muito sua intensidade e deixou o jogo ficar perigoso.