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24/07/2007 - 12h53

Desafio de técnico brasileiro é conter ímpeto de Falcão

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O técnico Paulo César de Oliveira, o PC, não pode deixar Falcão no banco, pois a torcida não deixa. O nome do ala é gritado e pedido sem parar nos jogos da seleção de futsal no Pan. Agora o desafio do treinador é tentar segurar o ímpeto malabarista de seu principal astro.

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Nesta terça, o jogador marcou três gols na vitória por 8 a 0 contra Cuba, pela segunda rodada. Além disso, aplicou seus dribles e lances de efeito e incendiou a torcida. PC não é contra. Mas ele quer evitar que o experiente atleta fique fora de controle.

"O que ele fizer pela equipe é para eu respeitar, mas a partir do momento que fizer para se autopromover eu não posso permitir", afirmou o treinador, que identificou duas jogadas opostas que traduzem sua preocupação no segundo tempo contra os cubanos.

"Houve um lance em que ele deu uma 'caneta' em um jogador cubano que cruzou a quadra para pegá-lo. Isso abriu a quadra para nós, é importante", lembrou. "Mas depois ele tentou um drible desnecessário na marca do pênalti, puxando a bola para trás, que não foi legal, não foi para a equipe. Falei para ele não evitar essas situações."

O fixo Ciço corroborou o pensamento do técnico. "Quando ele atua coletivamente, é o melhor do mundo. Se puxar para o individual, atrapalha. Mas não tem sido assim", disse. "O importante é que ele é brasileiro, e fez por merecer o apoio dos torcedores."

Logo depois do drible criticado por PC, os cubanos entraram forte em duas dividas seguidas. Foi quando treinador tirou o ala de quadra. O técnico afirma que não fez a alteração para livrar o atleta de outras entradas, mas, sim, porque tem uma meta de minutos para cada jogador.

"Temos de nos preservar para a final, então há uma meta para descansar todo mundo. E o Falcão era um dos que estava mais tempo em quadra", afirmou. PC teve de aturar reclamações quando tirou o atleta de quadra e ouvir o clamor dos torcedores para ver o astro. "Não incomoda a pressão, mas não posso satisfazê-los. Preciso compreender os pedidos, mas estou dosando a carga de minutos."

Falcão considerou que sua atuação na segunda rodada valeu nota 7,5. Ele se disse que a seleção conseguiu jogar de modo mais "brasileiro". "Mas jogar bonito não tem nada a ver com irresponsabilidade. Ontem saímos frustrados com o jogo e a torcida também. Hoje a nossa cara foi diferente, e tem de ser assim", disse.