Dois brasileiros vão à final do boxe, e outro é 1º com duplo bronze

As semifinais do boxe pan-americano reservou duas vitórias e passagens para Everton Lopes e Pedro Lima para o sonho dourado, o que não acontece desde São Paulo-1963. Mas mesmo a derrota de James Dean Pereira teve um marco: o paraense é o primeiro brasileiro a ser medalhista em dois Pans, com bronze em Santo Domingo-2003 e Rio-2007.

"A prata é pouco. Tem que ser ouro", repetia para as câmeras o meio-médio Pedro Lima, enquanto socava o ar a pedido do repórter de TV. O baiano bateu o jamaicano Ricardo Smith por 12 pontos a 4.

Na finalíssima, ele irá enfrentar Demetrius Andrade, norte-americano de ascendência cabo-verdiana que bateu o argentino Diego Chaves na semifinal. "Não quero saber da torcida contra, vou para cima do brasileiro. E não importa que o cubano desistiu", disse o visitante, lembrando que o favorito cubano Irislandi Lara desertou para se profissionalizar na Alemanha.

Outro brasileiro em busca do ouro é o também baiano Everton Lopes, que superou por 7 pontos a 2 o porto-riquenho José Pedraza Gonzalez, que reclamou da pontuação. O combate foi morno até o quarto assalto, quando o visitante tentou virar o placar de 3 a 1 partindo para o ataque. A tática não surtiu efeito, e ele levou contra-ataque.

Na finalíssima, o leve brasileiro vai encarar o cubano Yordenis Ugas, que derrotou o argentino Luis Rueda. "Já lutei contra ele no ano passado. Ganhei os dois primeiros assaltos, mas deixei virar no final. Sei que não posso ir para a luta franca com ele", analisou Lopes.

A derrota nacional nesta terça ficou por conta do paraense James Dean Pereira, que igualou seu desempenho em Santo Domingo-2003. "Já escrevi meu nome na história do boxe nacional ao ser o primeiro a levar medalha em dois Pans", se contentou o galo, que não pensa em se profissionalizar, afinal, no amadorismo tem a ajuda da confederação da modalidade.

"Estava com um problema no ombro e senti no aquecimento, mas não foi isso que determinou o resultado. Eu devia ter atirado mais golpes", afirmou ao final da luta contra o mexicano Carlos Quadras, em que perdeu por 15 a 20.

Com 18 anos, o mexicano disse que se beneficiou por precisar ter lutado nas quartas-de-final, afinal, seu rival, o bicampeão olímpico e mundial Guillermo Rigondeaux, não apareceu e desertou da equipe cubana. "Estava melhor fisicamente. Isso foi a diferença. Fora eu sempre partir para o ataque", disse o novato que enfrenta na final o dominicano Cláudio Marrero.

Nesta quarta, outros cinco brasileiros lutam para chegar na final de suas categorias. São eles Davi Souza, Myke Carvalho, Glaucélio Abreu, Rafael Lima e Antonio Rogério Nogueira, o Minotouro.

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