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23/07/2007 - 23h16

Brasil supera turbulências e vence o Canadá na estréia do Pan

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O cansaço não fez a diferença. A crise instaurada na equipe após o corte do ex-capitão Ricardinho também não. Assim, a seleção masculina de vôlei do Brasil conseguiu estrear com vitória nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Na noite desta segunda-feira, o time bateu o Canadá por 3 sets a 0, com parciais de 25-19, 25-18 e 25-17.

LANCES DA PARTIDA
Flávio Florido/UOL
Torcedores pedem o capitão Ricardinho
de volta à seleção brasileira de vôlei
Flávio Florido/UOL
Atletas da seleção mostram união durante
a vitória contra o Canadá por 3 sets a 0
EFE
Como de costume, técnico Bernardinho gesticula com a equipe durante a partida
TORCEDORES PEDEM RICARDINHO
VEJA FOTOS DA PARTIDA
DANTE É O MAIOR PONTUADOR
TABELA DA COMPETIÇÃO
PERFIL DOS JOGADORES DO BRASIL
CONFIRA A PÁGINA DO VÔLEI
Antes do Pan, a seleção passou por algumas turbulências. A primeira delas foi a desgastante maratona final da Liga Mundial, que acabou no domingo da semana passada com mais um título para o Brasil. Depois, já cansado da viagem da Polônia ao Rio de Janeiro, o time perdeu um dos seus líderes, o levantador Ricardinho, cortado pelo técnico Bernardinho na noite de sábado.

A ausência de Ricardinho foi sentida. Vários cartazes pediam a volta do levantador ou mostravam apoio ao jogador. Na apresentação da equipe, o técnico Bernardinho chegou a ser vaiado por uma minoria, assim como o seu filho, o levantador Bruninho, que ficou com a vaga do ex-capitão. Nos dois casos, o restante da torcida abafou com aplausos as vaias.

"As vaias fazem parte do jogo. Isso é natural na vida de um esportista. E nos coloca em uma dimensão mais humana", afirmou Bernardinho.

No momento do primeiro saque, o nome de Ricardinho foi gritado por quase toda a torcida. Coincidência ou não, quem fez o primeiro serviço do jogo foi justamente Marcelinho, substituto de Ricardinho no time titular.

Mas os problemas não foram sentidos em quadra. Com um Maracanãzinho lotado, a seleção foi recebida pela torcida com muitos gritos e euforia. O barulho foi maior do que o ouvido nos jogos da equipe feminina do Brasil, que na semana passada ganhou a medalha de prata no Pan.

O Brasil começou o jogo com o levantador Marcelinho, os pontas Giba e Dante, os centrais Gustavo e Rodrigão, o oposto André Nascimento e o líbero Escadinha.

Aproveitando os erros dos canadenses, o Brasil logo abriu três pontos de frente (4-1). Apostando bastante nos ataques de Giba, o time brasileiro manteve a vantagem durante toda a parcial.

A equipe só encontrou um pouco de dificuldade quando o bloqueio canadense funcionou. Mesmo assim, Giba, Dante e André Nascimento viraram a maioria das bolas.

No final da parcial, uma cena constrangedora. Bernardinho colocou Bruninho em quadra, na inversão 5-1. O levantador foi vaiado por parte da torcida, mas os apupos acabaram quando a outra parte passou a gritar o nome do jogador. O set foi fechado em 25-19 com um erro de saque do Canadá.

Na segunda parcial, a vitória foi ainda mais tranqüila. Em pouco tempo o Brasil colocou quatro pontos de frente (11-7). E novamente com um saque para fora dos adversários a seleção fechou o set, desta vez em 25-18.

No terceiro set, a seleção voltou com uma alteração. O meio-de-rede André Heller entrou no lugar de Gustavo. Errando menos, o Canadá pela primeira vez conseguiu ir ao tempo técnico na frente (8-6).

O time só conseguiu virar após uma boa passagem de Dante no saque, com direito a dois aces. A diferença de três pontos conseguida (14-11) foi o suficiente para que o Brasil levasse o set com tranqüilidade até o seu final.

"Foi uma vitória importante. Mas a gente precisa melhorar, principalmente nos contra-ataques", disse o oposto André Nascimento.