UOL Esporte - Pan 2007
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23/07/2007 - 13h16

Caçula do Pan, mesa-tenista paraguaio de 12 anos vai à boate

Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

No imaginário da imprensa, a Vila do Pan é um antro de sexo, violência, crime e álcool. Já foram publicadas reportagens sensacionalistas sobre assédio sexual contra faxineiras, que, por sua vez, roubaram computadores de atletas, que, por seu lado, bebem latas e latas de cerveja e arrumam briga na boate do local, que já foi cenário de danças para lá de picantes.

Rodrigo Bertolotto/UOL
Axel Gavilán (ao fundo), mesa-tenista do Paraguai, contra rival do Chile no Pan
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Axel (esq) divide a dupla do Paraguai com Marcelo Aguirre também novo, 14 anos
EFE
Mesa-tenista diz que, apesar da idade, freqüentou a boate da Vila Pan-Americana
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É nesse ambiente "sórdido" que vive nos últimos dias um garoto de 12 anos, o participante mais jovem entre os mais 5.000 atletas que participam do Rio 2007. O mesa-tenista paraguaio Axel Gavilán diz que não viu nada disso.

"Estive na boate, gosto de dançar, mas estava muito cheia e dei uma volta", conta o menino que já se acostumou a conviver com adultos. "Não vi nada de estranho por lá. É legal lá."

Na competição no pavilhão 3 do Riocentro, enfrentou, por exemplo, o chileno Juan Salamanca, 40 anos. "Ele tem bom nível. Não posso facilitar. Um descuido, e ele me vence", diz o atleta que poderia ser pai de seu oponente, cuja cintura mal chega à altura da mesa.

"Ele ainda tem muito a aprender sobre tática. Também há a questão psicológica e a concentração", explica Salamanca sobre como conseguiu bater o pré-adolescente por 3 a 0 no jogo de duplas. Já o paraguaiozinho sabe que a idade garante uma tranqüilidade. "Com 12 anos, não tenho responsabilidade de nada. Quem tem de vencer é ele", diz o menino.

A família de Axel é de mesa-tenistas. Sua irmã, Sandy, 14, também está na delegação paraguaia. Mesma idade tem seu parceiro de duplas, Marcelo Aguirre.

"Já sou conhecido em Assunção, fizeram entrevista comigo e todo mundo na escola e no bairro me conhece pelos torneios que venci", diz o menino, terceiro no ranking sul-americano sub-13. "Meu objetivo aqui no Rio era ganhar medalhas, mas está difícil", afirma Axel, que desde os sete anos disputa competições oficiais.

O segundo objetivo de Axel no Rio é conhecer as praias, afinal, é a primeira vez na cidade. "Mas tenho que voltar logo para Assunção porque as aulas começam na semana que vem", lembrou o novato do Pan.