O brasileiro Marcelo Giardi, o Marreco, confirmou as expectativas e garantiu nesta segunda-feira a medalha de ouro no wakeboard, modalidade que faz sua estréia nos Jogos Pan-Americanos como prova do esqui aquático.
"Vencer aqui é bom demais, nem acredito ainda", comemorou o atleta, muito emocionado. "Achei que vinha para brigar pelo pódio, mas contava com um bronze. Essa medalha vai ajudar muito o esporte brasileiro, e mostrar às pessoas que a gente é de alto nível no país. Para todo mundo que desdenhou, que duvidou do esqui aquático, essa é a resposta."
Classificado para a decisão com folga nas eliminatórias, quando foi o primeiro colocado, Marreco anotou 82,45 pontos contra 81 pontos do canadense Brad Buskas. A medalha de bronze ficou com o argentino Edgardo Martin, que conquistou 76,98 pontos. No wakeboard, ganha quem fizer mais manobras com maior nível de complexidade. Os saltos são julgados de acordo com execução, composição e dificuldade.
Considerado o brasileiro com maiores chances de medalhas no esqui nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Marreco já colocava o atleta canadense como seu principal adversário no Pan.
"Sabia que a disputa era entre nós dois se eu fizesse tudo certo. O Buskas foi muito bem, mas consegui fazer todas as manobras com altura, e isso conta bastante", avaliou Marreco.
Ainda nesta segunda-feira, pela manhã, o Brasil tinha chance de conquistar outra medalha de ouro, na prova de slalom, com Fernando Neves, o Brucutu. No entanto, o esquiador não foi bem e não confirmou o primeiro lugar obtido nas eliminatórias, terminando apenas na 5ª colocação.
"Senti um pouco a pressão quando o Fernando não levou, e ele tinha muitas chances. Vi que a última chance era a minha, ou sairíamos daqui sem nada. Mas consegui me concentrar e entrei focado", comentou Marreco, que fez sinais à torcida em sua primeira passada, pedindo gritos. "Passei e vi meus amigos e meus pais assistindo, não tive dúvidas, pedi pro pessoal incentivar e isso me 'pilhou'."
Em dezembro do ano passdo, Marreco foi submetido a uma cirurgia no joelho esquerdo, que o deixou quase dois meses parado. "Me falavam para desistir do Pan, que não ia dar tempo de me recuperar, mas não liguei. Fiz fisioterapia todos os dias, e hoje consegui recompensar todo o esforço", lembra.
Criado em São Paulo, ele se define como "bicho de represa". "Fui conhecer o mar só quando já tinha 13 anos", conta o atleta, que treina na Represa de Guarapiranga.