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22/07/2007 - 19h50

Brasileira reclama de perseguição da arbitragem; time contemporiza

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Derrotada na final até 62 kg do judô, a brasileira Érika Miranda deixou o pódio reclamando de perseguição dos juízes. Segundo ela, o que aconteceu no Pan-Americano do Rio, na qual se sentiu prejudicada na final, acontece também fora do país.

Na luta contra a cubana Sheila Espinosa, a brasileira foi punida com um shido, por ataque falso. Segundo a técnica brasileira, Rosicléia Campos, a cubana já tinha feito um ataque falso antes, no tempo extra, e poderia ser punida, mas os juízes não usaram critérios iguais para as duas lutadoras.

"Aquela punição causou revolta. Mas quando a gente viaja para outro país, é normal ser garfado. Somos injustiçados mesmo. O duro é que isso aconteça quando estamos lutando no Brasil, na frente da nossa torcida. Eu fiquei com a cabeça quente", disse a judoca, chorando.

"A decisão foi tendenciosa, mas eu acabei me pronunciado de forma precipitada. Estou decepcionada, porque tinha certeza do ouro da Érika, mas judô é assim mesmo. Ela poderia ser punida ou não. Mas, na minha opinião, a cubana fez o ataque falso antes", completou a treinadora.

O restante da equipe não quis se envolver na polêmica. João Derly, que também venceu com uma decisão dos juízes, vencendo o equatoriano Roberto Ibañes por um shido (punição), contemporizou.

"É ruim falar de arbitragem. Aonde temos decisões humanas, sempre vamos ter erros. Enquanto forem homens arbitrando, os erros vão acontecer. Eu já fui prejudicado e já fui beneficiado. Temos que evitar isso com treinamento, para que os erros do juiz não afetem. Mas faz parte do jogo. Em Mundiais e Olimpíadas já erraram também", analisou.

Envolvida na polêmica, a cubana Sheila Espinosa fez questão de não comentar. "Não é minha posição. Quem decide é o árbitro. Eu não decido nada. Se ele viu assim, eu só posso aceitar".

O equatoriano Roberto Ibañez seguiu o coro. Ele lutou com Derly logo após a confusão, com os torcedores que lotaram o pavilhão 4A do Riocentro ainda protestando contra o resultado da final disputada por Érika.

"A verdade é que somos esportistas e estamos para competir. Às vezes, a decisão dos juízes te favorece, às vezes não. Já fui favorecido e já fui prejudicado. A verdade é que para ganhar, você tem que atacar. No judô, quem marca o ponto ganha. Eu não marquei e ele ganhou", afirmou.