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22/07/2007 - 15h46

Érika Miranda é prata, e decisão do juiz causa tumulto na arena

Bruno Doro
Enviado Especial do UOL
No Rio de Janeiro

A mineira Érika Miranda ficou com a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos 2007. O resultado da luta, contra a cubana Sheila Espinosa, pela categoria até 52 kg, causou uma grande confusão no pavilhão 4A do Riocentro.

Érika perdeu no tempo extra (Golden Score), em uma decisão polêmica do juiz dominicano Juan Challas. Vaiado, Challas deixou a área de competição escoltado. Alguns torcedores chegaram a jogar objetos no juiz.

Na área da família Odepa, a delegação cubana se revoltou com a agressão ao árbitro e começou uma briga. O ex-judoca Aurélio Miguel, que é comentarista de um canal de TV, tentou separar a briga e, segundo o próprio, foi agredido pelos cubanos.

Entre os presentes na confusão estavam o tricampeão olímpico Teófilo Stevenson, já de cabelos brancos, mas ainda com porte intimidador. A partir de daí a confusão ficou generalizada e a Guarda Nacional teve que entrar em cena.

Aurélio Miguel afirmou que "eles (os cubanos) estão loucos. Um deles pulou aqui e eu joguei ele pra baixo. Eles estão loucos".

Com o andamento da confusão e a entrada da Guarda Nacional os próximos confrontos foram adiados. Os atletas brasileiros, que já haviam lutado entraram na área de competição e assumiram o microfone, pedindo calma para o público.

A medalhista Danielle Zangrando foi uma delas: "O judô é o caminho da suavidade e o espírito nao é esse. Vamos dar uma Força. o Joãoo ainda não lutou, vamos cooperar. Os atletas não tem nada a ver com isso".

A prata de Érika

Na final, os ataques de Érika prevaleceram, enquanto a cubana usava a força para se defender. A cubana até derrubou Érika, mas as duas judocas estavam fora da área de combate e nada foi pontuado. O combate prosseguiu sem nenhuma pontuação e foi necessário recorrer ao tempo extra (Golden Score).

Nos cinco minutos extras, a brasileira quase conseguiu um yuko, mas, mais uma vez, a arbitragem não se manifestou. Porém, a pouco mais de um minuto para o final da luta, o árbitro puniu a brasileira, dando vitória à cubana.

A técnica Rosicléia Campos não se conteve e, em entrevista à Rede Globo criticou o juiz: "Ele não precisava ter feito isso. Foi uma palhaçada". Já a judoca Érika se limitou a sair, chorando muito.

Nas semifinais, Ékira conseguiu superar a dominicana Maria García por ippon. A luta foi nervosa, com punições para as duas judocas e Erika só chegou ao golpe decisivo a pouco mais de dois minutos do final.

Na sua estréia, a brasileira tinha vencido a canadense Aminata Sall. Érika venceu por ippon a um segundo do final, em uma luta que dominou. No começo, um erro dos juízes quase prejudicou a brasileira, quando um ponto de Érika foi marcado para a canadense.

Nos confrontos que decidiram as medalhistas de bronze a venezuelana Flor Velasquez venceu Adriana Negrete, do México, e a dominicana Maria García superou a argentina Melissa Rodriguez.