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21/07/2007 - 13h42

No penúltimo dia, Pereira supera Spitz e Brasil chega a 22 medalhas

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

O Brasil terminou o penúltimo dia de provas da natação com uma medalha a mais do que o recorde obtido em Santo Domingo-03, quando a modalidade foi a mais vencedora do país, com 21 pódios. Os brasileiros têm, até agora, 22 medalhas (10 ouros, 5 pratas e 7 bronzes), levando-se em conta também a maratona aquática.

Neste sábado, Thiago Pereira voltou a ser o protagonista da competição e conquistou, na prova dos 200 m peito, sua sexta medalha de ouro. Com a soma, o nadador supera a marca do lendário norte-americano Mark Spitz, que levou cinco ouros em Winnipeg-67, além de ter se igualado ao brasileiro Djan Madruga, que tem seis medalhas em San Juan-79.

AS CONQUISTAS BRASILEIRAS
Sátiro Sodré/Divulgação CBDA
Thiago Pereira e Henrique Barbosa exibem medalhas da dobradinha nos 200 m peito
Sátiro Sodré/Divulgação CBDA
Kaio Márcio sobe ao pódio com seus rivais após ouro conquistado nos 200 m borboleta
Caio Guatelli/FI
Surpreendente, Daiene Dias exibe graça ao ver que foi ao pódio nos 200 m borboleta
DOBRADINHA NOS 100 M PEITO
DAIENE DIAS CONQUISTA BRONZE
SEGUNDO OURO DE KAIO MÁRCIO
PÁGINA ESPECIAL DE NATAÇÃO
ÁLBUM DE FOTOS DA MODALIDADE
Outra surpresa foi a dobradinha do pódio, com Henrique Barbosa. O nadador, que ficou em quarto lugar nos 100 m peito, entrou sem pressão, e admitiu que não esperava o pódio.

"Meus tempos não são tão bons nessa prova, então entrei achando que ia ficar no meio do bolo", brincou Barbosa. "Além disso, sabia que o ouro já tinha dono."

Agora, Thiago Pereira só tem a si próprio para superar. Disputa suas duas últimas provas no domingo: o revezamento 4 x 100 m medley e os 100 m costas, justamente as que o nadador considera as mais difíceis de conquistar o ouro.

"O 100 m costas é minha prova mais difícil, porque tenho que baixar meu tempo se quiser pensar em ouro", afirmou Pereira sem rodeios. "Além disso, vou estar bem cansado, o que vai dificultar ainda mais."

Na semifinal, Thiago fez o quarto melhor tempo, com 56s19. Ficou atrás do canadense Pascal Wollach, com 55s78s, e dos norte-americanos Bal Randall e Peter Marshall, que empataram com 56s04. Léo Guedes é dono da sexta melhor marca.

"Estou muito feliz por ter superado o Spitz, é uma alegria muito grande. Mas não estou pensando nisso, quero dar o meu melhor e cumprir meu objetivo de disputar as sete provas, independente do resultado. Se conseguir medalhas, bem, senão, estou tranqüilo por estar fazendo o meu melhor", avaliou o nadador, que, além de ressaltar o cansaço, disse que só fará um balanço da competição quando terminar a "maratona."

"Ainda não terminou, caio na água mais duas vezes, e estou confiante para o 4 x 100 m, que temos chance de brigar pelo ouro. Depois disso, aí sim vou pensar em como foi", limitou-se a dizer Pereira. "Não estou arrependido da escolha, faria tudo de novo."

Depois, foi a vez de Kaio Márcio comprovar que está recuperado de vez da lesão que o tirou do Mundial de Melbourne no início do ano. Nos 200 m borboleta, o paraibano não apenas conquistou o ouro, como bateu o recorde pan-americano da prova, que pertencia ao norte-americano Michael Raab, de 2003, e melhorou muito seu índice para Pequim-08, com 1min55s45.

Kaio admitiu que se surpreendeu com a marca, dois segundos abaixo de seu tempo qualificatório para o Pan, 1min57s99, obtido no Troféu Maria Lenk.

"Não imaginava que ia tão bem, achei que no máximo baixaria para 1min56", comemorou o nadador, que saiu da prova e teve que ser atendido por médicos, com fortes dores nas pernas. Ainda este ano, ele planeja uma temporada de treinos na Europa e nos Estados Unidos.

No feminino, a capixaba de 18 anos Daiene Dias conquistou o bronze nos 200 m borboleta, com 2min13s35. A vencedora, a norte-americana Kathleen Hersey, baixou o recorde pan-americano, que já era seu, para 2min07s64.

Na prova mais longa do Pan, os 1.500 m livre, Luis Arapiraca foi o brasileiro com a melhor colocação, um quinto lugar com 15min39s32. Armando Negreiros, bronze nos 800 m livre, terminou em oitavo, com 15min50s23. O vencedor foi o norte-americano Charles Peterson, com 15min12s33.