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21/07/2007 - 14h49

Brasileiras destacam estilo e felicidade de jogar da seleção

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O Brasil precisou de um técnico estrangeiro, um espanhol, para deixar de imitar as equipes européias e criar um estilo próprio de jogar. É essa a análise que as jogadoras da seleção brasileira de handebol, que neste sábado conquistaram o tricampeonato pan-americano, fazem do trabalho do técnico Juan Oliver.

Folha IMagem
Juan Oliver é adorado pelas jogadoras da seleção, apesar de seu estilo exigente
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No comando do time desde 2005, Oliver é adorado pelas atletas, que não cansam de elogiar o treinador, apesar da dura rotina de treinos imposta pelo espanhol.

"A gente joga com alegria porque ele deixa a gente jogar do jeito que a gente quer. Ele só ajuda a gente, antes queriam nos moldar. Então essa alegria que mostramos em quadra vem dele", disse a goleira Chana, principal destaque do Brasil na final deste sábado contra Cuba.

A ponta-direita Viviane, presente nas três conquistas do Brasil no Pan, também não se cansa de elogiar o trabalho do técnico espanhol.

"Ele encontrou o nosso estilo. E sempre fala para a gente que temos que entrar em quadra e ser feliz", falou a jogadora, que deve deixar a seleção após as Olimpíadas de Pequim.

Um pouco encabulado, Oliver diz que a felicidade brasileira em quadra vem das próprias jogadoras.

"As jogadoras são felizes. É a forma de ser. Alguém já me falou que o povo brasileiro não tem vergonha de ser feliz. Acho que é isso. E elas têm que estar felizes, porque estão fazendo o que mais gostam na vida, que é jogar handebol", disse Oliver.

Depois de três títulos pan-americanos, o Brasil já fala em alçar vôos mais altos. Agora, a equipe também quer disputar medalhas no Mundial e nos Jogos Olímpicos.

"A nossa chave no Mundial é muito boa. O nosso objetivo é ficar entre as 12 primeiras outra vez. Mas se derem espaço a gente vai chegando", falou Viviane.

"A gente vem demonstrando que o caminho está cada vez mais curto. A gente tem que colocar em prática o que está treinando. Já não temos mais diferença em relação a elas (as equipes européias, as mais fortes do mundo). Temos que trabalhar e estudar como estamos fazendo agora", completou a goleira Chana.

Para Juan Oliver, o Brasil precisa de um pouco mais de tempo para ficar entre os melhores times do mundo.

"A nossa filosofia só começou a ser colocada em prática há dois anos. Ninguém passa de 21 do mundo a campeão do mundo em dois anos. Mas vamos trabalhar até a morte para conseguir isso", disse o treinador.