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21/07/2007 - 11h52

Brasil vence Cuba, leva ouro e garante vaga em Pequim

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Com um excelente desempenho da goleira Chana, a seleção brasileira feminina de handebol derrotou Cuba por 30 a 17 e conquistou na manhã deste sábado a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. O resultado classificou o time para a Olimpíada de Pequim, no ano que vem.

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O título no Rio de Janeiro é o terceiro seguido do time feminino de handebol do Brasil no Pan. É a primeira vez que uma equipe brasileira de esporte coletivo conquista um tricampeonato consecutivo nos Jogos. O basquete masculino pode igualar o feito se vencer no Rio.

Na disputa do bronze, realizada antes da final, a Argentina ganhou da República Dominicana de maneira sofrida, por 23 a 22.

Do time que levou o ouro no Rio, Dali, Juceli, Lucila, Milene e Viviane estavam nas conquistas de Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003. Alexandra, Dani Piedade, Dara, Darly e Pará foram campeãs apenas na República Dominicana, enquanto Chana venceu somente o torneio no Canadá.

"Para mim é um privilégio muito grande estar tendo esse tricampeonato. É o sonho de qualquer atleta. Você está dentro de casa, então a responsabilidade foi maior. Mas a gente entrou determinada a sair com esse tricampeonato", disse a pivô Juceli.

Na decisão diante de Cuba, o Brasil contou com o grande apoio da torcida, que lotou o Pavilhão 3 do Riocentro. Mesmo assim, as caribenhas deram um pouco de trabalho no início da partida, que acabou tensa após a expulsão de Duran e um bate-boca entre as jogadoras.

Com pouco mais de dois minutos de jogo, Gomez colocou as cubanas na frente ao marcar dois gols. O Brasil só conseguiu virar quando a defesa passou a funcionar melhor. Em um contra-ataque, a seleção fez com Dani Piedade 4 a 3 no placar.

A partir daí, só deu Brasil. Chana, com grandes defesas em tiros de sete metros e arremessos de curta distância, garantiu tranqüilidade ao time. E o delírio da torcida, que gritou várias vezes o nome da goleira.

A seleção chegou ao intervalo com uma confortável vantagem de 15 a 8. Duda Amorim, de muito longe, marcou o último gol do Brasil no primeiro tempo de jogo.

Cuba voltou à quadra no segundo tempo querendo endurecer o jogo. Turro descontou para as caribenhas, mas logo em seguida Fabiana marcou o 16º e o 17º gols do Brasil e mostrou que a seleção tinha nas mãos o controle da partida.

O Brasil manteve o ritmo forte apresentado desde o começo do jogo. E empurrado pelos gritos da torcida de "mais um, mais um" e "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amo" foi abrindo ainda mais vantagem sobre Cuba até fechar o jogo em 30 a 17.

"Nós mostramos que sabemos nos impor na quadra. Todo mundo viu que a gente sabe jogar handebol", disse a ponta-direita Alexandra, que além do ouro e da vaga em Pequim ganhou no Rio uma aliança de noivado, do jogador chileno Patricio Martinez.

A festa na arquibancada começou antes do apito final. Já na metade do segundo tempo a torcida gritava "olé", "é campeão" e "cadê Cuba?", além de cantar o Hino Nacional. Festa que foi maior após a exclusão da cubana Duran após uma falta dura. O lance ocasionou uma pequena discussão entre as jogadoras, mas não acabou com o brilho da vitória brasileira.

"Cada dia eu me sinto um pouco mais brasileiro. Temos que agradecer muita gente. Não podemos esquecer das jogadoras que foram cortadas antes do Pan. Eu só posso dar os parabéns para as nossas atletas", disse o técnico do Brasil, o espanhol Juan Oliver.