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21/07/2007 - 19h17

Lulinha chora e se desculpa por não ter trazido "ouro com os pés"

Rodrigo Bertolotto
Enviado Especial do UOL
No Rio de Janeiro

"Bate uma tristeza, um nervosismo. A CBF tinha confiança na gente, deu crédito, mas não conseguimos." O corintiano Lulinha, 17 anos, sai do gramado do Maracanã vaiado como todo o time sub-17 que representou o país neste Pan-Americano.

LULINHA NA ELIMINAÇÃO DO PAN
EFE
Lulinha se esforçou muito na partida do Maracanã. Camisa 10 dividiu bolas,...
EFE
...tentou escapar da forte marcação dos equatorianos, que o perseguiram e...
Crédito
...também fez lances de efeito, na derrota por 4 a 2, de virada, que eliminou o Brasil.
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Ele fez três gols na estréia contra Honduras e já tinha a credencial de liderar a seleção na campanha vitoriosa no Sul-Americano deste ano. Mas a derrota para um Equador sub-20 por 4 a 2 acabou com o sonho de projeção que uma medalha dourada daria.

"Todo mundo pôs confiança em mim. Imaginavam ganhar um medalha de ouro pelos pés do Lulinha. Não deu, a vida continua", disse na entrevista coletiva pós-derrota, antes de uma bufada que demonstrava os sentimentos presos na garganta.

"Quem é homem não fala só quando ganha, mas também quando perde. Estou aqui para falar com vocês. Coloco minha cara para bater", soltou diante dos microfones. No elevador, descendo para o ônibus, deixou cair uma lágrima.

"É um sentimento difícil. Ver que não dá mais para reverter, que não tem mais a busca da medalha de ouro, nem a de bronze", desabafou. Os jogadores pareciam desnorteados no gramado do Maracanã, erraram até a entrada dos vestiários. Quando chegaram lá, alguns choraram. "Todos ficaram sentados, sem reação", contou o técnico Lucho Nizzo.

Na cabeça desses adolescentes, ainda estavam frescas as imagens da derrota e da desclassificação em um Maracanã quase cheio, gritando "timinho, timinho".

"Não sei até que ponto eles vão absorver essas vaias. Estou chateado e revoltado com a situação", afirmou o treinador brasileiro, que ainda tem que dirigir esse grupo no Mundial sub-17, que acontecerá na Coréia do Sul, no mês que vêm. "Os cacos a gente vai ter de juntar. Olhar olho no olho, conversar e acertar as coisas", resumiu Nizzo sobre o trabalho psicológico que terá de fazer para superar a situação traumatizante deste sábado.

De qualquer forma, o técnico não quis comparação entre o tropeço da sub-17 no Maracanã e o fiasco da seleção sub-20 no Mundial do Canadá, no começo do mês. "Não é a mesma condição. Nosso time começou bem, mas vacilou e acabou eliminado. A sub-20 já se apresentou mal desde o primeiro jogo", apontou.