UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

21/07/2007 - 16h55

Sub-17 perde, dá adeus ao Pan e ouve "timinho" e vaia no Maracanã

Rodrigo Bertolotto
Enviado Especial do UOL
No Rio de Janeiro

O Maracanã quase lotou para ver a seleção sub-17, que estreava no estádio dentro dos Jogos Pan-Americanos. Mas o local se esvaziou antes do jogo terminar, quando um Equador sub-20 (ainda com dois adultos) decretou o 4 a 2 que encerrou a campanha brasileira no futebol masculino. Os juvenis ainda tiveram que ouvir o coro de "timinho" e "time sem vergonha".

ELIMINAÇÃO BRASILEIRA
AFP
Lulinha, estrela da seleção sub-27, não conseguiu brilhar diante do Equador
AFP
Brasileiro Lázaro luta pela posse de bola em disputa aérea contra equatoriano
AFP
Equador foi superior no Maracanã e levou a vaga do grupo A na semifinal do Pan 2007
VEJA IMAGENS DOS JOGOS DO DIA
TABELA DE JOGOS NO PAN
A SELEÇÃO DECEPCIONOU?
"A vida é feita de riscos. E esse risco de um time sub-17 ser vaiado no Maracanã é um risco que valia a pena correr. Eles vão saber absorver as vaias", afirmou o técnico do Brasil, Lucho Nizzo, ao final da partida.

Para as semifinais só classificaram as quatro melhores seleções entre as 12 que foram divididas em três grupos na primeira fase do Pan. Jamaica, México, Bolívia e Equador fizeram melhor campanha que o Brasil e vão disputar as medalhas da modalidade.

O regulamento do Pan-Americano permitia equipes sub-20 e mais três reforços adultos. Brasil e Argentina, porém, enviaram seus times sub-17 porque as datas da "Olimpíada das Américas" coincidiam com as do Mundial sub-20. Resultado: as duas potências continentais na modalidade ficaram fora na primeira fase.

O resultado abalou muito os garotos, que pareciam desnorteados no gramado. Muitos choraram no vestiário. O figura da equipe, o corintiano Lulinha, sintetizou o sentimento do grupo. "Tomamos um baque. Agora é pensar que a vida continua", disse. Em agosto, esse mesmo time representa o país no Mundial sub-17, na Coréia do Sul.

A seleção terminou sua campanha com duas vitórias no Engenhão (Costa Rica e Honduras) e o tropeço no Maracanã diante do Equador, que determinou a segunda colocação no Grupo A.

Neste sábado, o Brasil começou pressionando, com chute de longe de Fellipe (5min) e cabeçada de Lulinha (7min). O Equador, mais encorpado e experiente, soube equilibrar as ações e levar perigo em contra-ataques.

Aos 20min, os juvenis brasileiros quase abriram o placar em cabeçada dupla de Forster e Fábio Silva, que acabou passando próxima à trave. Aos 36min, porém, o time local abriu o placar. Rafael driblou quatro rivais, mas teve a colega rouba por Júnior, que dominou e chutou por baixo do goleiro Banguera, de 22 anos.

A vantagem brasileira, porém, demorou pouco. No último minuto antes do intervalo, os visitantes empataram. Após o "veterano" Zura, 24 anos, driblar o colorado Forster e cruzar, Montero empurrou para as redes.

Na volta para o segundo tempo, o Equador logo se pôs em vantagem. Outra vez o corpulento Zura fez a diferença. Ele foi lançado, se livrou da marcação e definiu bem logo aos 2min. A partir daí, a sub-17 se lançou ao ataque. Mas o contra-ataque equatoriano foi mortal. Aos 16min, Zura tocou para Montero, que driblou o goleiro Marcelo e mandou para as redes.

A partir desse momento, os garotos brasileiros se desesperaram, chuverando bolas na área ou insistindo muito em bolas pelo meio. O momento mais crítico foi na expulsão de Forster, aos 24min, em um revide infantil quando já estava marcada falta para o Brasil. A enfezada torcida no Maracanã fez coro de "burro, burro" para o juvenil.

Mas um gol no minuto seguinte deu vida nova para a equipe nacional. A bola cruzou na área para o vascaíno Alex, que diminuiu e foi festejar com o lado do estádio onde tradicionalmente ficam os seguidores de São Januário. O público se inflamou de novo com o 3 a 2.

A pressão verde-e-amarela, contudo, era respondida com chances equatorianas, afinal, os contra-ataques sempre pegando dois atletas nacionais contra dois forasteiros.

Aos 31min, o juvenil Martinez chutou para fora estando cara-a-cara com o goleiro rival. Aos 38min, Ochoa chutou, a bola desviou na zaga e, caprichosamente, bateu na trave. Aos 40min, finalmente, saiu o gol visitante em contra-ataque, com Ochoa. O 4 a 2 fez boa parte dos mais de 60 mil torcedores presentes abandonar seus lugares no estádio, o maior público desde a cerimônia de abertura dos Jogos.