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20/07/2007 - 10h25

Nova estratégia tira pódio do Brasil nos 200 m livre; Joanna fica em 4º

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro*

Uma mudança radical de estratégia tirou o Brasil do pódio na prova dos 200 m livre. Depois da excelente atuação no revezamento 4 x 200 m, Nicolas Oliveira largou forte e liderou a prova até a última passada. No final, porém, não agüentou o ritmo e perdeu não apenas o primeiro lugar, mas o pódio, terminando em quarto lugar.

"Mudei de estratégia para essa prova", justificou Nicolas. "Liguei para o meu técnico dos EUA, Frank Busch, e decidimos correr esse risco. Normalmente, eu seguro um pouco para dar um gás no fim, que foi o que o norte-americano fez e o que eu fiz no revezamento. Hoje, fui para o tudo ou nada, e não segurei no fim, o ritmo da prova foi muito forte."

Apesar da falha, o brasileiro não se disse frustrado. "Estou com 19 anos e estou no meu primeiro Pan. Estou experimentando, me testando, então não estou decepcionado", afirmou o nadador.

A medalha de ouro ficou com o norte-americano Matthew Owen, com o tempo de 1min48s78. A prata também foi para os Estados Unidos, Shaune Fraser, das Ilhas Cayman, que marcou 1min48s95. O bronze ficou com o canadense Adam Sioui, com o tempo de 1min48s97. Nicolas fez com 1min49s49 e Rodrigo Castro foi apenas o sexto, com 1min49s60.

"Fui mal, vou precisar treinar mais", afirmou Castro, decepcionado. "É muito frustrante, ninguém quer treinar um ano e ficar em quinto, mas não tem muito o que dizer."

O recorde dos Jogos Pan-Americanos continua sendo do brasileiro Gustavo Borges. Na edição de 1995, em Mar del Plata (Argentina), ele cravou 1min48s49. O recorde mundial é do norte-americano Michael Phelps, que no Mundial de esportes aquáticos deste ano, disputado em Melbourne (Austrália), fez o tempo de 1min43s86.

Festa para 4º lugar
No feminino, Joanna Maranhão encerrou sua participação nos Jogos Pan-Americanos sem medalha. Em sua última prova, a brasileira ficou apenas em quarto lugar nos 200 m medley, repetindo o que havia feito nos 400 m medley.

Joanna cravou o tempo de 2min16s99, ficando bem atrás da norte-americana Julia Smit, que levou medalha de ouro, com 2min13s07. O pódio foi completado pela também americana Emily Kukors e pela canadense Stephanie Horner.

Para a recifense, porém, o resultado é positivo pela melhorada de índices. Desde 2004, Joanna não conseguia superar as marcas da Olimpíada de Atenas, e comemorou o quarto lugar como vitória.

"Pode parecer pouco, mas esse era meu principal desafio, me vencer e superar tempos. Era isso que eu precisava para continuar treinando. Estou muito feliz, pode acreditar", disse aos jornalistas. "Estou esperançosa, e vou baixar mais ainda. Sabia desde o começo que a briga era comigo, não com as meninas. Medalha ainda não dá."

Com o resultado, a brasileira sofre declínio em relação a seu desempenho em Santo Domingo-2003. Na ocasião, ela, que na época era uma das principais revelações da natação do país, levou medalha de bronze nos 400 m medley.

Finalista em Atenas-04, Joanna passou por um período muito difícil depois da Olimpíada, em que chegou a pensar em parar de nadar. Sem novos índices desde então, a brasileira inicia o que chama de reviravolta. "Estou no caminho certo e saio daqui motivada", confirmou a nadadora.

*Atualizada às 13h40