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20/07/2007 - 09h14

"Jogo sujo" de Cuba preocupa brasileiras na final do handebol

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

"Cuba é sempre um caso à parte. Elas vêm pra bater mesmo, se puderem machucar, não pensam duas vezes. É jogo sujo, elas vão apelar", definiu Pará sobre a adversária da seleção brasileira de handebol na final dos Jogos Pan-Americanos.

EFE
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JOGADORAS: "NÃO VAMOS AMARELAR
Com vitória tranqüila sobre a Argentina na semifinal, Cuba volta a enfrentar o Brasil, agora pelo título. As duas seleções já se enfrentaram na fase de grupos, no jogo mais difícil das brasileiras. Apesar da vitória por 32 a 28, as jogadoras saíram preocupadas com a agressividade e a força física das caribenhas, suas principais armas. Além, é claro, da conhecida "manha" cubana.

Na final, as brasileiras já esperam uma batalha. Beliscões, puxões, xingos e unhadas estão entre os recursos mais manjados pelas cubanas. "Elas são um pouco folgadas, puxam mais, beliscam, batem", lembra a central Duda Amorim, com um curativo no rosto, ganho com um soco cubano no último confronto. "Ah, esse não foi proposital", amenizou Duda. "Ao menos, eu acho que não foi..."

Mesmo as mais veteranas não escondem a cautela. "Me surpreendi com o tamanho delas no primeiro jogo. A gente sabia que elas iam apostar tudo na força, mas não imaginava que elas estavam tão fortes", admitiu Dani Piedade.

"As cubanas jogam com o emocional. No primeiro jogo, provocaram muito, e ficaram chamando a gente de lado pra dizer que vão vir dar revanche na final", contou Dali. "A gente não vai entrar no jogo delas. Já vencemos uma vez, vamos vencer de novo. Seremos mais inteligentes."

Para a central Aline, o título virá, ainda que sofrido. "A gente vai apanhar, mas vai levar", brincou. "Precisamos manter a calma para repetir o que fizemod no primeiro encontro conra elas, e ainda corrigir os erros que cometemos."

O técnico Juan Oliver prefere fugir da polêmica. "Cuba é uma equipe muito forte fisicamente, mas isso já sabíamos, e agora já conhecemos o jogo delas", avaliou o treinador, que passou um sermão às jogadoras. "Aqui não tem clima de 'já ganhou'. Nosso lema é: orgulho, trabalho e respeito pelo adversário, sempre."

O consolo das donas da casa é a arbitragem, que podou os excessos de Cuba no primeiro jogo. "Os árbitros atuaram bem no primeiro jogo, e esperamos que eles segurem a violência", acredita a capitã brasileira, Lucila. "A fórmula é não entrar no jogo delas, e mostrar maturidade."

Nas semifinais, disputadas na quinta-feira, o Brasil goleou a República Dominicana por 46 a 13; em seguida, Cuba venceu a Argentina por tranqüilos 37 a 25. A seleção brasileira é atual bicampeã pan-americana.