UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

20/07/2007 - 19h37

Boxe do Brasil faz 2 a 1 na estréia, mas cubano ameaça rota

Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O ringue do Pan teve sua primeira jornada nesta sexta-feira, e o Brasil saiu dele com duas vitórias e uma derrota. Venceram o galo James Dean Pereira e o leve Everton Lopes, mas o mosca Paulo Carvalho perdeu logo na estréia.

Folha Imagem
Everton Lopes conseguiu a vitória no último segundo da luta contra o dominicano
Folha Imagem
O boxeador Everton venceu por 11 a 10 e agora está nas quartas-de-final do Pan
PERFIL DOS BRASILEIROS
VEJA FOTOS DAS LUTAS
O triunfo mais claro foi de James Dean, com uma contagem 15 a 6 sobre o canadense Isho Shiba. "Comecei tenso, sai atrás no marcador, mas, com as instruções do meu técnico e concentação, virei", disse o brasileiro, que enfrenta nas quartas-de-final o guatemalteco José Pantaleon, que bateu o argentino Maximiliamo Márquez por 9 a 3.

"Um amigo meu já lutou contra ele e me deu umas dicas. O duro vai ser enfrentar a torcida", confessou o centro-americano. Já James Dean celebrava sua vitória com a imprensa de sua cidade, Belém (PA). "É o Pará brilhando. Um abraço para a galera do Pará, lugar de campeões", soltou para o microfone de uma rádio.

Mas um cubano não quer deixar que o sonho de James Dean se realize. "Ele vai lutar pelo bronze. O ouro é meu", se vangloriou Guillermo Rigondeaux, bicampeão olímpico e mundial, abrindo um sorriso tão dourado quanto seu currículo (seus dentes da frente são todos de ouro). O cubano (de 378 combates, 12 derrotas e invencibilidade de 104 embates) é o rival caso James Dean chegue à semifinal. "Cuba vai levar a maioria das medalhas", sentenciou.

Já na categoria leve (até 60 kg), o baiano Everton Lopes bateu no último segundo o dominicano Jonathan Batista, fazendo 11 pontos contra 10. "Eu perdi para ele em março, na casa dele. Agora, eu mostrei que posso vencê-lo em qualquer lugar", se jactou o brasileiro.

"Foi emocionante, do primeiro a quarto round", definiu o chefe da equipe, Acelino Freitas, o Popó. "Sou mais torcedor e colaborador que dirigente aqui. Só não vou subir no ringue como sparring", brincou a celebridade nacional do esporte.

Outra celebridade dos ringues que desfilou pelo pavilhão 2 do Riocentro foi um Teófilo Stevenson grisalho e magro, que pouco lembrava a muralha que foi tricampeão olímpico, mundial e uma das glórias da Revolução Cubana. A ilha caribenha tem a hegemonia da modalidade do Pan desde 1971, quando o Brasil não ganha ouro desde 1963.

O tropeço nacional ficou por conta do mosca Paulo Carvalho. O baiano, revelado na academia de Popó, perdeu 19 a 6 para o texano José Yanes no peso-mosca. "Ele é jovem e lutador, mas mostrei para ele. Disparei uns socos no corpo dele, acertei e abri vantagem", disse o norte-americano.

Resignado, o brasileiro preferiu falar em se preparar para a seletiva para a Olimpíada de Pequim. "No boxe, a gente se acostuma nessa rotina de vitórias e derrotas. O Pan serviu para ganhar rodagem", disse o baiano que treina atualmente em Santo André.