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19/07/2007 - 11h40

Revezamento feminino é prata, mas se vê longe de final olímpica

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

Por 1 segundo e 2 décimos, a equipe brasileira do revezamento 4 x 100 m livre, formada por Tatiana Barbosa, Flávia Delaroli, Monique Ferreira e Rebeca Gusmão, não conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos. Nesta quinta, as brasileiras fizeram 3min42s96, e levaram a medalha de prata; as norte-americanas ficaram com o ouro, com 3min41s97.

Grande destaque da prova do 4 x 100 m, Rebeca Gusmão deu um susto em seu técnico, Hugo Lobo, e nos jornalistas que a aguardavam na saída da prova. Pálida, a nadadora sentiu falta de ar, perdeu o equilíbrio, tropeçou e quase caiu no caminho do vestiário.

Auxiliada por um voluntário, ela fez um sinal de que estava tudo bem e continuou andando sozinha, mas deu dois passos e voltou a passar mal. Aos gritos, alguns jornalistas chamaram Lobo, que correu para segurar Rebeca. Depois de ser levada para uma sala, Rebeca foi à premiação, e na volta minimizou o acontecido. "Foi só uma crise de asma. Assustei todo mundo, mas não foi nada, fiz muito esforço só. Só preciso descansar, e está tudo bem", esclareceu.
REBECA DÁ SUSTO
A equipe norte-americana, por sua vez, ficou apenas quatro centésimos atrás do recorde da competição, que já pertence ao país. Completando o pódio, a equipe canadense terminou na terceira colocação, com o tempo de 3min46s23 e garantiu a medalha de bronze.

Com esse tempo, entretanto, o Brasil tem poucas chances de vingar, em Pequim-08, o fraco desempenho de Atenas-04, quando a equipe formada por Rebeca Gusmão, Tatiana Lemos, Renata Burgos e Flávia Delaroli foi eliminada na estréia da competição.

"Com esse tempo, não tem como pensar em Pequim ainda. Estamos fora de final olímpica", admitiu Monique Ferreira. "Vamos disputar uma das quatro vagas da repescagem, mas final ainda não dá."

O quarteto brasileiro não participou no Mundial de Melbourne, que definiu os 12 primeiros tempos para a Olimpíada. Outros quatro equipes serão selecionadas por tempo em uma espécie de "repescagem".

"Ainda temos tempo para treinar e melhorar os tempos individuais", disse Tatiana, que só participou das provas de revezamento, e fecha o torneio com duas medalhas, prata e bronze. "Acho que é cedo para cravar qualquer coisa, porque estamos evoluindo. Prefiro pensar que estamos no caminho certo e podemos ainda conseguir uma marca melhor."

O otimismo é reforçado por Rebeca Gusmão, que foi o grande destaque da prova. "Não nadei tudo o que eu pretendia ainda. Ainda nem foi a prova dos 100 m livres, então é cedo para falar em desempenho", concordou.

A disputa, que começou com os EUA liderando com uma pequena folga, acirrou com a última brasileira, Rebeca Gusmão, que, fechando a prova, chegou a nadar lado a lado com a norte-americana. Rebeca perdeu o ouro nos segundos finais dos últimos 50m.

"Senti muito cansaço no fim, e senti que não ia conseguir me manter na frente até o fim", admitiu Rebeca, que quase desmaiou por duas vezes quando saía da piscina. "Não foi nada, só estou cansada."

Primeira brasileira a entrar na piscina, Tatiana Barbosa deixou a prova apenas 0,03s atrás dos Estados Unidos. Flávia Delaroli, que veio em seguida, tentou forçar o ritmo, mas não conseguiu chegar perto das líderes da prova. Monique Ferreira, terceira, foi melhor, mas não conseguiu equilibrar o confronto. Última a nadar, Rebeca Gusmão emparelhou a norte-americana até os últimos metros da última passagem, quando sentiu cansaço e ficou em segundo.