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19/07/2007 - 16h46

Juiz cubano, naturalizado americano, tira vitória de Schlittler

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Hector Estevez, que nasceu em Cuba, mas é naturalizado norte-americano, foi um dos pivôs da polêmica decisão dos pesos pesados do judô nesta quinta-feira, no Riocentro. O brasileiro João Gabriel Schlittler acabou com a medalha de prata, atrás do cubano Oscar Brayson.

EFE
Schilttler, prata, cumprimenta no pódio o cubano Brayson, que ficou com o ouro
SCHLITTLER PERDE E LEVA A PRATA
PRISCILA SE SUPERA E GANHA BRONZE
IMAGENS DO JUDÔ NA ESTRÉIA
Após empate na luta e no desempate, Brayson foi declarado vencedor por dois dos três árbitros. Estevez foi um dos que escolheu o cubano como vencedor. Insatisfeito, Schlittler reclamou do fato após a premiação.

"Isso é um problema, sim. Se pelas regras os árbitros não deveriam ser dos países que estão lutando, então é um problema que ele tenha trabalhado na final", disse o brasileiro, de 22 anos.

Brayson preferiu não continuar a polêmica. "Não vejo problema nenhum (no fato de Estevez ter nascido em Cuba). O árbitro fez o trabalho dele e viu que eu ganhei", disse o cubano, que logo após o combate tinha reclamado. "Eu deveria ter ganhado no tempo normal de qualquer jeito".

Técnico da equipe masculina do Brasil, Luiz Shinohara evitou criticar ainda mais a arbitragens, mas deu a entender que, em sua opinião, Schlitter também merecia ter pontuado no tempo normal, que terminou sem pontos.

"Ele também aplicou um bom golpe e poderia ter vencido. Na minha opinião, o João foi melhor até o desempate, mas foi apático no Golden Score. Mas a decisão dos juízes foi isso, uma decisão, que poderia ter ido para qualquer um dos dois judocas", afirmou.

Segundo ele, se o brasileiro tivesse atacado mais o cubano, não precisaria esperar pela decisão final. "Faltou iniciativa. Ele ficou preso em golpes que não deram certo. Ele não conseguiu sair do jogo cubano".

O brasileiro usou outra justificativa para sua postura no tatame. "O Oscar é um adversário que eu conheço de longa data. Já lutei contra ele várias vezes, ele já veio ao Brasil para competir. Por isso, foi um combate cauteloso. Já sabemos o jogo um do outro e acho que entrei um pouco receoso".

Abatido, Schlittler confirmou a decepção por não ter conquistado o ouro. Em Santo Domingo, o brasileiro Daniel Hernandes tinha sido o campeão. "A medalha de prata no Pan é um grande feito, mas não foi a prata que eu vim buscar. Agora, é treinar e buscar um resultado melhor daqui para frente".