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19/07/2007 - 17h54

Amigos políticos, Venezuela e Cuba brigam no velódromo do Rio

Da Redação
Em São Paulo

A afinidade política entre Cuba e Venezuela não se estendeu ao esporte nesta quinta-feira nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Equipes de ciclismo dos dois países travaram uma disputa que ultrapassou os limites da pista do velódromo.

Na final da velocidade por equipe disputada por ambos, os venezuelanos questionaram a vitória dos cubanos validada pelos árbitros da prova. Os atletas sul-americanos (Canelon Hersony, Andris Hernandez e Cesar Marcano) reclamaram que houve uma ultrapassagem irregular entre os rivais (Julio César Herrera, Ahmed López e Yosmani Poll) nos metros finais do percurso.

EFE
Pódio da prova masculina de velocidade por equipes ficou incompleto nesta quinta
CUBANO LEVA O OURO MAIS UMA VEZ
"Se ganha através do jogo limpo. O atleta cometeu uma infração, e eles não podem ser considerados vencedores. Se confirmarem o ouro, será uma injustiça", disse o chefe de equipe venezuelano, Leopoldo Melo, logo após a prova.

Os cubanos se defenderam das acusações. "A Venezuela reclamou que teríamos cometido uma infração, mas isso não existiu. No momento da troca, é permitido ultrapassar a linha preta", justificou Julio CEsar Herrera, campeão também da prova individual da velocidade por 200 metros.

O técnico cubano Hector Ruiz reiterou as palavras do atleta. "É uma pena que países tão amigos quanto Cuba e Venezuela estejam envolvidos nesta briga. Nosso atleta fez a troca exatamente no local determinado".

Os juízes ouviram as reclamações da equipe da Venezuela, mas após analisar as imagens gravadas, confirmaram a vitória cubana, uma hora depois da prova finalizada.

Revoltados, os sul-americanos não só continuaram as reclamações como se negaram a participar da cerimônia de premiação, deixando vago o lugar no pódio destinado aos medalhistas de prata.

"Vamos entrar com uma reclamação na Odepa para que erros como este não voltem a acontecer. O atleta cubano cometeu uma infração grave, e os regulamentos são criados para serem respeitados", afirmou Leopoldo Melo. "Tudo aconteceu por influência do comissário-chefe, o cubano Pedro Frías, e eu vou pedir que ele seja declarado 'persona non-grata' na Venezuela e que não dirija mais eventos no meu país".

"Quero deixar claro que a culpa não é dos cubanos, absolutamente. Eles são nossos amigos, e continuarão sendo", concluiu Melo.

*Com agências internacionais