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18/07/2007 - 10h11

Rebeca Gusmão leva 1º ouro feminino do Brasil nos 50 m livre

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

Rebeca Gusmão conquistou, na manhã desta quarta-feira, a primeira medalha de ouro da natação feminina do Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Ela venceu a prova dos 50 m livre e, de quebra, bateu recordes sul-americano e pan-americano, com o tempo de 25s05. Foi a oitava medalha de ouro do Brasil no Rio. Flávia Delaroli, que conquistou o índice olímpico nas eliminatórias, ficou apenas em quarto lugar.

Flávio Florido/UOL
Rebeca Gusmão comemora vitória que
lhe valeu medalha de ouro e dois recordes
PERFIL DE REBECA GUSMÃO
PÁGINA DE NATAÇÃO
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Rebeca, que agora tem menos de um segundo de desvantagem para o recorde mundial, de 24s13 da holandes Inge de Bruijn, foi dominante desde a largada na prova mais rápida do programa pan-americano e deixou para trás a a maior ameaça ao ouro das anfitriãs. A venezuelana Arlene Seneco, que nas semifinais havia batido o recorde sul-americano, ficou com a prata, com o tempo de 25s22.

"Esse dia, 18 de julho, vai entrar para a história da natação. É uma honra ser a responsável pelo fim desse tabu. Já estava confiante antes, entrei com tudo, e estou muito, muito emocionada", disse Rebeca, que ergueu os braços ao fim da prova e agradeceu a Deus pela conquista.

"Essa medalha é o resultado de um trabalho feito a longo prazo. Essa é a minha volta por cima. Queria ter nadado abaixo dos 24s, mas não deu. Esse índice já era para ter saído em Xangai", disse Rebeca, que ficou de fora do Mundial de piscina curta, na China, no ano passado, porque teve problemas com excesso de peso. "Esse é o primeiro passo para a prova perfeita, e estamos a um ano de Pequim."

Hoje, no entanto, a nadadora reafirmou que está em sua melhor forma. "Todo o esforço valeu, é o meu melhor momento. Devo muito à essa torcida, que me incentivou, ao meu marido, que veio aqui hoje e tem me acompanhado sempre, e ao meu técnico, por nossa parceria que causa muita inveja em muita gente", brincou Rebeca. "Se eu pudesse tirar um pedacinho de mim para cada pessoa que me ajudou, não daria conta."

Rebeca, de 22 anos de idade, está, desde Santo Domingo-2003, entre as maiores nadadoras de prova de velocidade do país. E já dizia, depois das semifinais, que precisava do título para se confirmar entre os grandes atletas da modalidade. "Esse é o meu momento, esse é o Pan da minha vida", afirmou, durante as eliminatórias da noite de terça-feira.

Outra brasileira na prova e que não teve bom desempenho foi Flávia Delaroli. Ela, que assim como Rebeca havia obtido índice olímpico para os Jogos de Pequim durante as eliminatórias, ficou apenas na quarta colocação, com o tempo de 25s52, atrás ainda da mexicana Vanessa García Vega, com 25s48.

Delaroli, que se classificou para a decisão com o terceiro melhor tempo, teve desempenho decepcionante. O tempo dela foi bem inferior ao que havia obtido nas semifinais, quando cravou 25s34.

A expectativa em torno de seu resultado era grande, pois ela havia sido o maior destaque da natação feminina nas Olimpíadas de Atenas, chegando à final dos 50 m livre e terminando na oitava colocação. Além disso, chegou ao Pan como dona do recorde sul-americano, ao lado de Rebeca, com 25s17.