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17/07/2007 - 19h10

Saudade da família faz major Júlio Almeida, prata no tiro, chorar

Bruno Doro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

"Eu não gosto desse negócio de chorar." Uma medalha de prata, somada à saudade da família, porém, fizeram um major da Força Aérea Brasileira chorar.

Washington Alves/COB
Júlio Almeida no pódio, no momento em que conseguiu controlar a emoção. Minutos antes, ele chorava ao lembrar da família
JÚLIO ALMEIDA É PRATA NO TIRO
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Nesta segunda-feira, ao falar sobre o segundo lugar na pistola de ar 10 metros, o brasileiro Júlio Almeida deixou um pouco de lado as rígidas regras militares. Com lágrimas nos olhos, lamentou a ausência da mulher e dos filhos no estande.

Durante a disputa, apenas a irmã, o irmão temporão e os sobrinhos acompanhavam seus tiros. Sua esposa veio de Pirassununga, no interior de São Paulo, mas teve problemas para chegar no distante Centro Nacional de Tiro Guilherme Paraense, na Vila Militar de Deodoro.

"Não sei onde eles estão. Ela ficou de vir, mas ainda não a vi. Mas eu estou me segurando. A gente sempre tenta segurar. Eu estou tentando. Não vou chorar. Não sou disso", afirmou o major, que também é piloto da FAB.

O choro também foi motivado pelas dificuldades que o atleta enfrenta para treinar. Por causa do serviço militar, nem sempre tem tempo para ir ao estande de tiro. Treinamento adequado, só ás vésperas de competições importantes, como o Pan.

"Nunca cheguei tão preparado em uma competição e sabia que a medalha era possível. Mas tenho que agradecer à Força Aérea. É claro que não tenho o tempo ideal para treinos, mas os meus comandantes me apoiaram, porque a gente deixa de fazer algumas coisas por falta de tempo", explicou.

Apesar da emoção com a conquista, Júlio conseguiu deixar a empolgação de lado ao falar de objetivos. Segundo ele, a conquista da vaga olímpica era sua grande meta. "Tanto a medalha, quanto a vaga são importantes, mas a vaga olímpica era um sonho antigo que só agora eu consigo tornar realidade", avisou.