Há 20 dias, Luiz Fernando Graça estava de malas prontas para o Rio de Janeiro. O atirador, porém, não imaginava que iria competir por medalhas no Pan-Americano. O dono da vaga era seu pai, Luiz Carlos, vencedor da seletiva para a fossa dublê.
| SAUDADE FAZ MAJOR CHORAR |
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"Eu não gosto desse negócio de chorar." Uma medalha de prata, somada à saudade da família, porém, fizeram um major da Força Aérea Brasileira chorar.
Nesta segunda-feira, ao falar sobre o segundo lugar na pistola de ar 10 metros, o brasileiro Júlio Almeida deixou um pouco de lado as rígidas regras militares. Com lágrimas nos olhos, lamentou a ausência da mulher e dos filhos no estande. |
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"Meu pai fez tudo escondido. Um dia, ele virou para mim e disse 'Parabéns'. Eu perguntei porque ele estava me dando parabéns e ele disse que eu estava indo para o Pan. Não acreditei", disse o jovem paulista de 24 anos.
Luiz Fernando, porém, garante que o pai só cedeu a vaga porque considerou o filho em um melhor momento. "Nós fomos para uma competição na Itália em que o meu resultado foi o décimo melhor, apesar de no desempate ter caído para a 30ª posição, e meu pai foi mal. Ele achou que o meu momento era melhor", conta.
Com essa decisão, o Brasil não terá o único medalhista pan-americano da fossa dublê em ação no Rio de Janeiro. Luiz Carlos conquistou a medalha de bronze no Pan de Winnipeg-99. Na edição seguinte, o atirador também participou, mas terminou em 15º lugar.
"Sou de uma família de atiradores. Meu pai, meu avô, meu bisavô eram atiradores. Meu avô, aliás, era muito melhor do que eu e meu pai. Atirava muito", diz Luiz Fernando, que treina junto com o pai no estande de tiro do Paulistano, no Horto Florestal, em São Paulo. "Moro em São Caetano, atravesso a cidade inteira para ir treinar".
A fossa dublê será disputada nessa quarta-feira. O outro brasileiro na disputa é Filipe Fusaro.
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