Reserva da seleção de pentatlo, brasileira ganha bronze na esgrima

No final da tarde desta terça-feira, Clarisse Menezes se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha na disputa feminina da esgrima nos Jogos Pan-Americanos. Na prova de espada individual, ela perdeu a semifinal para a canadense Julie Leprohon por 15 a 6 e acabou o Pan em terceiro lugar.

Além da esgrima, Clarisse também pode competir em outra modalidade no Pan. Ela é reserva da equipe brasileira de pentatlo moderno. Na esgrima, teve um começo insólito, treinando na garagem.

"Não faz nem quatro anos que eu treino. Comecei a treinar em 2003 na garagem do prédio do meu namorado. O resultado de todo o trabalho e toda a dedicação está aí", disse Clarisse. "Fiz o meu melhor hoje", completou.

Os treinos com o namorado, Evandro Vidal, continuaram até que a Confederação Brasileira de Esgrima contratou o técnico russo Oleg Fomin há um ano e meio.

Ao sair da pista, a esgrimista, formada em Odontologia, chorou bastante, apesar da inédita medalha para mulheres na esgrima brasileira em Pans.

"É um feito importante, mas eu odeio perder. Sei que faz parte. Sei também que é a primeira medalha feminina. Estou feliz por isso, mas um pouco chateada no momento", afirmou Clarisse na saída da pista, com o rosto molhado de lágrimas e suor.

Para chegar à medalha, Clarisse precisou superar um começo ruim na fase de grupo (perdeu todos os confrontos, mas como 16 das 17 inscritas ela avançou). No mata-mata, entretanto, ela brilhou ao eliminar nas quartas-de-final a canadense Sherraine Schalm, detentora de duas medalhas pan-americanas.

Nas semifinais, entretanto, ela não foi páreo para a outra canadense. Clarisse entrou na pista com o pé direito para dar sorte, como sempre faz, e marcou o primeiro ponto do jogo, mas logo sofreu o empate de Leprohon.

Com uma postura ofensiva, a brasileira acabou levando um golpe de contra-ataque e ficou atrás do marcador. A canadense entrou logo abriu vantagem de 4 a 1, mas com os gritos da torcida a favor a brasileira encostou em 4 a 3.

Leprohon, entretanto, não se abalou com a aproximação da brasileira. Uma série de bons golpes fez com que a canadense abrisse uma vantagem confortável (11 a 6) ao final do segundo período. Assim, não teve problemas para fechar o jogo em 15 a 6.

Na final, em uma disputa emocionante, Leprohon perdeu o título para a norte-americana Courtney Hurley por 15 a 14.

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